As empresas brasileiras buscam novas fronteiras, como os países do Pacífico e do Caribe, por meio das possibilidades que oferecem as mais de 102 zonas francas permanentes da Colômbia, informaram hoje (3) fontes daquele país. O escritório no Brasil da agência de promoção às exportações, investimentos e turismo da Colômbia, Proexport, disse à Agência Efe que as multinacionais brasileiras e empresas de menor porte intensificaram o interesse por se instalar no país vizinho para aproveitar o mercado interno e a expansão para outros países.
A Vale, o grupo Votorantim, a siderúrgica Gerdau e as empresas de Eike Batista, entre outras, estabeleceram filiais na Colômbia e aumentaram os negócios nos últimos anos. A redução de 33% para 15% da carga tributária, a exoneração de impostos para a importação de matérias-primas e a nacionalização dos produtos para o mercado colombiano e outros países com os quais tem acordos comerciais, incentivaram as empresas brasileiras a chegarem nas zonas francas.
O ministro colombiano de Comércio Exterior, Sergio Díaz, manifestou em um recente congresso internacional de Zonas Francas realizado em Cali que a Embraer pretende se instalar na região do departamento de Valle del Cauca, onde está o porto de Buenaventura, no Pacífico.
A Colômbia e o Brasil começaram em 2010 as negociações para consolidar um acordo de cooperação no setor aeronáutico, no qual o país andino receberá tecnologia brasileira para a fabricação e o desenvolvimento de aeronaves, como o modelo de defesa KC-390.
Três das principais zonas francas permanentes da Colômbia, como Bogotá, ProBarranquilla e Palmaseca, em Cali, oferecem, respectivamente, diversas vantagens para a instalação de empresas estrangeiras, como o bilinguismo da capital, o porto sobre o Caribe e a conexão aérea e com o Pacífico.
O diretor-executivo da câmera de zonas Francas da Associação Nacional de Industriais (ANDI), Edgar Orlando Martínez, explicou a Efe que as zonas francas colombianas, algumas administradas pelo Estado e outras de caráter privado, fortaleceram-se a partir da lei específica de 2005.
"A Colômbia tem uma posição geográfica privilegiada e estratégica para exportar produtos pelos oceanos Atlântico e Pacífico, além disso os índices de crescimento e a estabilidade política dos últimos anos e um mercado com 46 milhões de moradores deixam o país muito atrativo para o investimento estrangeiro", apontou Martínez.
Em 2011, Colômbia atingiu o número recorde de investimento estrangeiro direto de US$ 3,234 bilhões e para este ano pretende chegar aos US$ 17 bilhões. As exportações das zonas francas aumentaram no ano passado 55,7%, até os US$ 20,441 bilhões, segundo números oficiais do Governo. Com informações do iG