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Opinião

OPINIÃO: Ativismo político pós-eleições

10 outubro 2012 - 15h11Por Vinicius de Almeida Gonçalves

            Dourados foi uma das diversas cidades no Brasil que encerram suas eleições no  1° turno nesse ano. E assim, para muitos, encerram-se sua grande participação no sistema democrático nacional (ressalva-se, grande participação mesmo!), jogando agora a responsabilidade política de sua cidade, na pessoa de seus representantes eleitos. Realmente, de fato, essa é a regra de uma democracia, todavia, não é uma regra que se “encerra” naquele momento.

            Como o título desse texto aponta, existe um ativismo político pós-eleições, ou melhor, existe ainda a participação política do “cidadão eleitor” (termo redundante) após o período eleitoral, que caminha ao mesmo tempo (porém, não necessariamente junto) com seus representantes político.

            Quando me utilizo da expressão “ativismo político” me refiro de um sentido além do comum em que ele é utilizado. Ativismo político é quase um sinônimo de filiação e militância em algum partido político, mas aquela expressão não é apenas empregada dessa forma. Sem adentrar na grandeza do assunto e se valendo de breve síntese, ativismo deve ser entendido como vontade de batalhar por algum ideal, alguma causa. Uma pessoa pode ser ainda ativista político sem a necessidade de se filiar a algum partido político, basta ter nela a vontade de querer lutar por causas que envolvem o cenário político, lutas estas que vão além de expressar bordões como “políticos são todos ladrões”. Portanto, ativismo político é a vontade de exercer democraticamente a luta pela melhoria do cenário político de uma comunidade.

            Durante o período eleitoral costuma aflorar em um grande número de pessoas um espírito de ativismo político. Alguns se engajam na luta e apoiam seus candidatos sem a necessidade de se valer de práticas lamentáveis como vender seu voto. Aí já se encontra uma forma de ativismo, porém, tem que ver nisso um início desse “sentimento” a mais.

            No decorrer dos anos, viemos observando uma crescente participação política dos brasileiros, que já não mais se resume ao movimento dos “caras pintadas”. Há diversos grupos sociais que realizam esse exercício político, que merecem ser tomados como exemplo, pode-se citar assim, os movimentos de greves que assistimos no decorrer do ano. Todavia, o envolvimento político não se resume apenas em forma de protesto por anseio de melhores condições, outra forma – e mais poderosa – de ativismo político se dá pela fiscalização dos representantes.

            Infelizmente (e com toda razão), diversos estudiosos afirmam sobre a ainda baixa participação do brasileiro na vida política do país, muitos atribuem um caráter histórico para justificar. Todavia, tal pensamento de passividade vem se alterando, mesmo em passos lentos. A vontade do brasileiro de integrar o cenário político do país esta se alterando. Atualmente são fornecidos diversos meios de fiscalização para a população se valer contra (e a favor) de seus representantes. Fiscalização que pode até ser exercida pela internet, olha que maravilha.

            Vale citar alguns:

            Inicialmente, temos o site do Tribunal Superior Eleitoral – www.tse.jus.br – em que é possível visualizar a prestação de contas dos candidatos a eleição.

            Há também o site Vote Na Web – www.votanaweb.com.br - que permite a pessoa a votar em projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional.

            O grande site do Transparência Brasil – www.transparência.org.br – em que permite ao cidadão a fiscalizar as instituições governamentais.

            Citei apenas 3 ferramentas dentre as milhares disponíveis na internet que mostram a possibilidade de ainda exercer a participação política mesmo depois de ter votado. Como havia transcrito anteriormente, o sentimento passivo-político do brasileiro vem mudando no decorrer dos tempos, nossa cidade é exemplo dessa mudança com os fatos que ocorreram na gestão anterior.

            Temos as ferramentas (e outras surgiram), basta agora “colocarmos a mão na massa".

* O autor é advogado em Dourados