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Opinião

OPINIÃO: Reduzir juros, crescer mais

02 novembro 2012 - 12h12Por Sérgio Longen

A acentuada e permanente queda da taxa Selic, conduzida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, confirma a determinação do Governo da presidenta Dilma Rousseff em estimular a economia, via aumento do crédito com juros menores e controle da inflação. Foi a nona queda consecutiva desde agosto do ano passado, quando a taxa estava em 12,50%. De lá para cá, a Selic caiu 5 pontos percentuais, equivalentes a 40%.

A retomada da atividade da indústria de forma sustentada depende de uma política firme de elevação da competitividade das empresas, na qual a redução na taxa de juros é um fator fundamental. São medidas importantes para o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) em 2012, mas também para garantir o retorno do investimento privado no país. A continuidade na redução da Selic pode estimular a todos que enxergam novas oportunidades de crescimento corporativo.

Com esta redução da taxa básica de juros, o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a “sobrar” um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo Governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso. É por isso que nós empresários necessitamos de cortes nas taxas, para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de crise, como agora.

No momento atual, a economia precisa de estímulo ao consumo. A política de redução de juros deve ser mantida para frear a desaceleração da produção industrial. Com os juros mais baixos, o Governo espera dar novo fôlego à retomada da economia, incentivando, por exemplo, o consumo da população e a compra de bens pela indústria.

Apesar de a economia ainda não ter dado sinais fortes de retomada, as medidas de estímulo fiscal, através das desonerações feitas à indústria, e monetário, por meio da redução da Selic, devem impactar o resultado do PIB do 3º trimestre deste ano, que, segundo estimativas, pode registrar alta de 1% na comparação trimestral,  ancorando o crescimento anual. A maioria dos analistas econômicos prevê que a Selic termine o ano em 7,25%. Uma queda histórica.

Este conjunto de medidas que vem sendo executadas pelo Governo Federal, como a valorização do dólar para fomentar as exportações, a redução da tarifa de energia elétrica, a desoneração da folha de pagamento das empresas e o oferecimento de mais crédito, promove um novo ânimo para que os empresários continuem investindo. Aumenta o consumo, sobe a produção, surgem mais empregos e melhores salários. O saudável ciclo da economia gera mais oportunidades para o maior número de pessoas em todo o país.

Está claro que a presidenta Dilma Rousseff decidiu privilegiar o crescimento, mantendo atenção redobrada com os índices de inflação. O mercado de trabalho está melhorando, a economia começa a dar sinais de reação a estes estímulos, especialmente os de corte de impostos da indústria. Estamos trilhando um novo caminho que deve produzir efeitos mais vigorosos a partir do próximo ano. Mas, a constatação de que a indústria passou a integrar a agenda econômica do Governo Federal é um considerável avanço, quando analisamos os resultados dos últimos anos.

Neste cenário, a economia de Mato Grosso do Sul deve apresentar mais um bom resultado, na sequência dos anos anteriores. O PIB da indústria deve crescer, novamente, acima da média nacional por conta do desempenho de setores estratégicos, como papel e celulose, alimentos, mínero-siderúrgico, extrativa, entre outras. A projeção do Radar Industrial é de que o PIB da indústria de 2012 feche em R$ 10,2 bilhões, crescimento de 5,10% em relação ao ano passado.

Com o necessário suporte, a indústria está pronta para contribuir com o crescimento do país.

* O autor é empresário do setor de alimentos e presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul)