O procurador jurídico da Câmara de Campo Grande André Scaff foi liberado na noite desta terça-feira (22) após conseguir um habeas corpus. Preso desde o dia 8 de outubro, Scaff deixou a sala especial após um recurso ser julgado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O relator da questão foi o desembargador Romero Osme Dias Lopes. O procurador foi detido no dia 20 de setembro, junto com a esposa, Karine, para esclarecimentos. A prisão do dia 8 foi feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), por ordem do juiz da Primeira Vara do Júri de Campo Grande.
O motivo desta nova prisão, já que ele foi solto em 21 de setembro, após ter sido preso um dia antes, dia 20, seria por ele estar atrapalhando as investigações da Operação Midas, que culminou em sua prisão anterior. A coordenadora do Gaeco Cristiane Mourão explicou, à época, que ele poderia estar influindo na colheita de prova.
“Durante as investigações da segunda fase da Operação Midas, o Gaeco colheu elementos de que o Procurador da Câmara do Município, André Scaff, tão logo teve sua prisão preventiva revogada em 20 de setembro, passou a agir no intuito claro de prejudicar as investigações, influindo na colheita de prova, inclusive com ameaça a outros investigados e acerto de versões”.Operação Midas
A Operação Midas teve sua primeira fase deflagrada em maio deste ano e seu objetivo é a apuração da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade documental.
O advogado André Scaff teria em seu nome cerca de 96 propriedades, de bens imóveis, acervo considerado incompatível com a renda auferida na condição de servidor público, o que indicaria que o acréscimo patrimonial seria proveniente de corrupção e improbidade administrativa.
No último mês de maio, ele já havia sido alvo de uma Operação do Gaeco, e acabou detido por cinco horas, depois que agentes encontraram munições em sua residência. Ele pagou fiança de R$ 2,6 mil e foi posto em liberdade. Na ocasião, 19 de maio, ao advogado afirmou que a operação em nada tinha a ver com a Lama Asfáltica ou Coffee Break.
No mesmo dia, durante reunião do Conselho Supeior do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, o procurador-geral de Justiça, Paulo Cezar dos Passos, afirmou que a operação era um desdobramento da Operação da Polícia Federal que culminou com a prisão do ex-deputado federal e ex-secretário de obras, Edson Giroto, e do empresário João Amorim, a Lama Asfáltica.
André Scaff é também ex-titular da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle) durante a gestão de Gilmar Olarte.