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Brasil

FHC diz que ações dos EUA contra drogas fracassaram

13 fevereiro 2011 - 21h54Por Redação Douranews, com R7

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou neste domingo (13) que o modelo adotado pelos Estados Unidos no combate ao uso das drogas fracassou. "A idéia dos Estados Unidos de que basta prender [o usuário de drogas] fracassou. Por isso defendo a descriminalização das drogas. O usuário tem de ser tratado, não pode ser discriminado e nem preso". A afirmação foi feita no programa Esquenta!, comandado por Regina Casé, na Rede Globo.

FHC, que é o segundo ex-presidente entrevistado no programa - o primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva, na estreia (dia 2 de janeiro) - falou também de política, destacando que há alguns anos não era possível imaginar que o Brasil daria certo. "Falta muita coisa a ser feita, mas o Brasil hoje tem esperança, avançamos muito. Deu certo não porque eu, Lula ou Dilma governamos, mas por causa do povo, por causa da força deste país".

Ao falar do Brasil que está dando certo, Fernando Henrique destacou a importância do controle da inflação, consequência do Plano Real, que foi implantado quando ele era ministro da Fazenda, no governo Itamar Franco. Foi o Plano Real quem levou o tucano à Presidência da República.

Ao ser parabenizado por ter sido o idealizador do Plano Real, o ex-presidente disse que não acabou com a inflação sozinho.

Sobre a descriminalização das drogas, FHC disse que é preciso muita coragem para enfrentar este tema. E citou a "luta terrível" da Colômbia com os narcotraficantes e o número elevado de mortes no México por conta das drogas. "No México, morre mais gente do que na Palestina e Israel. Descriminalizar quer dizer que a pessoa que se droga não é bandido, pois a cadeia não resolve, ela tem de ter tratamento".

No seu entender, as drogas afetam também a democracia e a vida das pessoas. Não adianta colocar o usuário na cadeia, na opinião do ex-presidente. Ele citou o exemplo de Portugal, que descriminalizou o uso das drogas e passou a oferecer tratamento aos usuários. "Como as pessoas perderam o medo de ir pra cadeia e de ter o nome envolvido [em processos], houve diminuição no consumo de drogas. Isso não significa liberar. Pode penalizar, mas não adianta botar na cadeia".