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Mais tragédia: Lotada de pacientes com Covid, UPA não tem médicos para atendimento

05 junho 2021 - 22h03

A UPA de Dourados vive, neste final de semana, no momento mais agudo da crise do novo coronavírus na cidade, o auge da falta de gestão que toma conta da Saúde Pública no Município. É o que atesta o documento, obtido pelo DOURANEWS, encaminhado pela Diretora Técnica da Funsaud (a Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), Angela Marin, ao prefeito Alan Guedes, com cópias às autoridades do setor, com o titulo “desassistência de pacientes na UPA Afrânio Martins”.

De acordo com a diretora, a UPA “encontra-se sem médico clínico para atendimento de pacientes internados nesta unidade hospitalar, bem como, para atendimento de quaisquer outros pacientes que possam vir procurar esta unidade”. É dela, também, a afirmação de que neste sábado (5) a unidade conta com 25 pacientes internados, 22 deles inseridos no sistema de regulação com 5 pedidos para UTI e 17 para enfermaria. “Deste total, um paciente está entubado além de vários em máscara de oxigênio, sem perspectiva de regulação para leitos hospitalares”, afirma. E não há médico no local.

Angela Marin considera que, com a mudança do perfil de atendimento dos pacientes recebidos na UPA, definido pelo prefeito Alan Guedes como uma das ‘soluções’ para enfrentar a Covid-19, “a gerência de urgência e emergência reorganizou os leitos de atendimento da unidade, de forma a receber os pacientes suspeitos e/ou confirmados de Covid-19 (...) e que devido a alta demanda de leitos, foi necessário expandir os leitos de atendimentos de pacientes com coronavírus para a área verde e pediatria, perfazendo um total de 35 leitos que estão exclusivos para a Covid-19”.

Por este motivo, a técnica ainda tenta explicar, no ofício encaminhado também para o secretário, ainda interino, de Saúde, Edvan Moraes Marques e ao presidente da Funsaud, o advogado Jairo José de Lima, até março sócio da banca de advogados liderada pelo pai do prefeito, o advogado Eudelio Mendonça, que comanda o partido Progressistas na cidade, que, “em pactuação com a Secretaria Municipal de Saúde, o fluxo dos pacientes verdes não respiratórios foi redirecionado para as unidades básicas de saúde (17h) e PAM (22h)” e que, por isso, o Hospital da Vida “atenderá os pacientes clínicos não respiratórios após as 22 horas”.

O fluxo dos pacientes respiratórios permanece na UPA, “sendo que a unidade neste momento está com todos os leitos, inclusive da pediatria, alocados com pacientes suspeitos e/ou positivos de sars-cov-2”, confirma a diretora. O diretor do Complexo Regulador, ex-secretário Frederico de Oliveira Weissinger, também foi notificado do caos estabelecido na UPA

A diretora técnica da Fundação ainda faz dura cobrança: “Em que pese que a responsabilidade de fornecer médicos recaia sobre esta Fundação, é importante ressaltar que o Secretário Municipal de Saúde e o Diretor do Complexo Regulador são as autoridades máximas em saúde da cidade e assim sendo, não podem se isentar dos problemas enfrentados por esta Fundação” e conclui, lacônica: “Por este motivo, não há condições de aceitar pacientes regulados pelo Samu ou ainda que serão transferidos do PAM para esta unidade”.