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Valdenir Machado

Reciclagem de vidros: o meio ambiente precisa do apoio da sociedade e do poder público

22 maio 2024 - 13h31Por Redação Douranews

Tenho cisma com vidros. Obviamente, não pela utilidade, praticidade, beleza e na facilitação do cotidiano das pessoas. Estima-se que o vidro tenha sido descoberto há mais 5 mil anos, acidentalmente em fogueiras fenícias. O meu problema com o material é o descarte.

Como é um material nobre, 100% reciclado por inúmeras vezes, sem perdas no processo, procuro sempre separá-lo do restante do lixo doméstico. Como em Dourados a coleta seletiva restringe-se a pouco bairros, junto garrafas e encaminho a uma empresa douradense especializada: a Eco Vidros Brasil, do amigo Luiz Mario Catelan. 

Registro que estive lá há pouco tempo e me deparei com uma faixa informando que, por enquanto, não está recebendo o material, já que seu estoque está abarrotado. 

Não obstante, é importante ressaltar que descarte correto do vidro (cuja decomposição no meio ambiente pode chegar a 1 milhão de anos) para a reciclagem, evita, por exemplo, a geração de volume nos aterros sanitários e acidentes com os coletores do lixo doméstico. Somente Dourados produz algo em torno de 200 toneladas de vidro por mês. 

Além disso, não podemos ignorar que o vidro pode causar incêndios quando exposto à radiação solar, servir de criadouros de vetores de doença como a dengue, entupir galerias de escoamento de água pluvial e contaminar o lençol freático.

A reciclagem do vidro é um excelente negócio sustentável, mas é preciso que as pessoas tenham consciência ambiental e que as empresas tenham apoio de instituições financeiras e do poder público. 

O vidro reciclado pela Eco Vidros Brasil é triturado e transformado em revestimentos e tintas que são destinados à construção civil. 

Numa busca pela internet sobre o assunto, encontrei a seguinte matéria publicada pelo jornal Dourados Agora e que reproduzo aqui, com a devida vênia, alguns trechos:

Ideia inovadora

Foi da necessidade de realizar o descarte correto do vidro que surgiu, em Dourados, a Eco Vidros Brasil, uma empresa que, através da reciclagem, gera ganhos ambientais e sociais para a cidade. Há sete anos o empresário Luiz Mário Catellan construiu sozinho uma pequena máquina e iniciou o processo de reaproveitamento, fabricando tintas, texturas e revestimentos para construção.
“O processo de reciclagem é simples, nós recolhemos as garrafas e separamos os materiais. O vidro é triturado e transformado em revestimentos e tintas que são destinados à construção civil. É uma opção mais rentável para o consumidor e para a natureza”, conta Luiz Mário.
Os resíduos que sobram vão novamente para a fábrica onde darão vida a novas garrafas, que voltam para o comércio local. Assim a empresa aproveita 100% do vidro reciclado.
O material produzido tem excelente qualidade, maior durabilidade, bom preço e não desbota. “Não utilizamos pigmentos, a variação da cor é conforme os tons do vidro. Se a garrafa é verde, produzimos um grafiato verde, por exemplo. Assim ele não desbota, independente do sol ou chuva.”, afirma.
Há pouco mais de um ano a contadora Vanesca Aparecida Pinha e a professora Celma Sant'ana uniram forças à empresa e, juntas ao Luiz Mário, buscam apoio e incentivo do poder público para ampliar os trabalhos e aplicar em toda Dourados.
“Hoje nossa empresa está de acordo com a legislação e já temos todos os documentos em mãos, precisamos apenas de apoio para começar.”, diz Vanesca.
A estimativa de produção da Eco Vidros é de 100 toneladas por mês e o material produzido pode ser aplicado em prédios públicos, por exemplo. “Além de todas a vantagens ambientais, nosso trabalho produz ganhos sociais, geração de emprego e renda, incentivo ao comércio local e a criação de novos hábitos na sociedade”, afirma Celma.

* É ex-vereador e ex-deputado estadual