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Economia

Empresas obtêm empréstimos no exterior mesmo com crise, mostra BC

22 novembro 2011 - 17h21Por Redação Douranews, com G1

Números divulgados nesta terça-feira (22) pelo Banco Central mostram que as empresas brasileiras continuam se financiando normalmente no exterior, apesar das tensões geradas pela nova etapa da crise financeira internacional - inaugurada com o rebaixamento da nota dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poors.

Em 2008, quando houve a eclosão da primeira etapa da crise financeira, com a concordata do banco norte-americano Lehmam Brothers, as empresas brasileiras tiveram dificuldades em renovar seus empréstimos no exterior. Por conta disso, o Banco Central disponibilizou, naquela ocasião, linhas de crédito com recursos das reservas internacionais brasileiras.

Segundo números do Banco Central, a taxa de rolagem dos empréstimos das empresas brasileiras no exterior foi de 412% em outubro. Isso quer dizer que as companhias não só "rolaram" os vencimentos, por meio de novas linhas de crédito, ou emissão de papéis no exterior, como aumentaram seus financiamentos buscados no mercado externo em quatro vezes. Em novembro, na parcial até esta terça-feira (22), a taxa de rolagem foi maior ainda: de 1.634%.

"A magnitude dos desembolsos mostra que o mercado internacional ainda está aberto, mesmo com as incertezas e volatilidade [sobe e desce das cotações por conta das turbulências externas], para o mercado brasileiro. O BC tem enfatizado que os financiamentos externos são um dos canais de potencial impacto, de contágio da crise internacional. Mas, acompanhando os dados de uma forma bastante detalhada, vemos que os fluxos de captação de empréstimos no exterior, nos empréstimos de longo prazo, têm se mantido", declarou Fernando Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC.

Por conta do diferencial da taxa de juros, é um negócio vantajoso para as empresas buscarem empréstimos no exterior. Atualmente, os juros básicos brasileiros estão em 11,5% ao ano. Em termos reais, a taxa está próxima de 5,5% ao ano - os juros mais altos do mundo. Caso busquem recursos no exterior, para aplicar no Brasil, as empresas podem lucrar com estas operações, uma vez que a taxa média de juros 40 países está negativa em 0,8% ao ano. Para empréstimos acima de dois anos de prazo, o IOF é zero para estas operações.