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Programa Jovem Aprendiz beneficia adolescentes no Hospital Cassems

30 maio 2018 - 13h23

O programa Jovem Aprendiz, uma parceria do Hospital Cassems Campo Grande com Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Tribunal de Contas do Estado, da Vara da Infância, Juventude e do Idoso de Campo Grande e do Senac, para contemplar 12 adolescentes, que farão um estágio remunerado de 15 meses no Hospital Cassems da Capital, distribuídos nos setores administrativos da unidade hospitalar, foi lançado nesta terça-feira (29) pelo presidente da Cassems, Ricardo Ayache.

O termo de compromisso foi assinado na manhã desta terça-feira e a partir de julho 12 jovens moradores de lares de adoção serão inseridos no mercado de trabalho, por meio de bolsa estágio. O olhar sério não esconde a ansiedade e a preocupação com o futuro. Cada dia é sempre uma expectativa na vida desses jovens que moram em lares de adoção na capital. Essa mesma vida os ensinou muito cedo a se preocuparem com o próprio futuro. Em muitos momentos as brincadeiras infantis foram substituídas pela dor, pelo sofrimento e pela incerteza de um lar verdadeiro, com uma família que pudesse os amparar.

Edineia Cardoso tem 17 anos. Aos nove foi morar no abrigo, sob os cuidados de assistentes sociais e da justiça. Era muito criança quando aprendeu que todos os dias teria que tomar decisões por si própria e enfrentar as responsabilidades de uma pessoa adulta. Ela entendeu o quanto é difícil sofrer perdas sucessivas, primeiro da mãe, depois os irmãos e por fim, perder a esperança de conseguir uma família com quem pudesse contar. As decepções encontradas nessa jornada foram muitas, mas não tirou dela a vontade de vencer. Mais forte e consciente de que há muita gente disposta a ajudar e a facilitar o que a vida muitas vezes dificulta, ela diz que “o amor supri as bases de uma família, na comunhão com as pessoas”. O sonho dela? Cursar medicina!

A juíza da vara da Infância, Adolescência e do Idoso, Katy Braun do Prado, revela que o grande desafio do Poder Judiciário é saber qual vai ser o destino dos meninos e meninas que chegam aos abrigos já depois dos 12 anos, ou mesmo os que chegaram antes e por algum motivo não conseguiram um lar adotivo. “Nossa preocupação maior é com os jovens que não conseguem um lar adotivo, porque, por regra, o serviço de acolhimento é para pessoas de até 18 anos de idade. Então a partir de 18 anos e um dia, esses meninos e meninas precisam ser desligados das instituições de acolhimento. E essa é uma situação que nos preocupa muito”, explica a juíza, destacando o quanto é importante inserir esses jovens no mercado de trabalho e dar oportunidade para que eles possam se sustentar e construir seu futuro como cidadãos.

Antes de iniciarem o período de estágio, os adolescentes terão aulas, no Senac, sobre processos administrativos dentro de uma empresa. O coordenador pedagógico do Senac, Lúcio Garcia da Silva, conta que já foi aprendiz e a rotina que assumiu logo na adolescência, “proporcionou caráter e uma perspectiva de vida diferenciada, onde o trabalho permitiu a construção de coisas novas para o futuro”.

Para o juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça, Flávio Perón, os jovens podem se considerar vencedores, “porque enfrentaram as dificuldades que a vida impôs, se estabeleceram e se tornaram adultos sozinhos”, e completa: “O Tribunal de Justiça se sente honrado em fazer parte desse projeto e de poder proporcionar que esses jovens possam escolher o caminho a seguir e tenham condições de fazer seu futuro da melhor forma possível.

Nova vida

O presidente da Cassems, Ricardo Ayache, reforça que uma das vocações do Hospital Cassems de Campo Grande é oferecer oportunidades. “Mais do que isso, neste momento estamos dando oportunidade para que esses jovens enxerguem no trabalho uma perspectiva de uma vida melhor, de uma nova vida”.

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