As padarias brasileiras cresceram em 2010, abriram novos postos de trabalho, mas não conseguiram preencher todas as vagas por falta de mão de obra qualificada no país.
Dados divulgados nesta terça-feira (1) pela Abip (Associação Brasileira da Indústria da Panificação) mostram que o faturamento das panificadoras chegou a R$ 56,3 bilhões no ano passado, o que representa um aumento de 13,7%, ou R$ 7,3 bilhões, em relação a 2009, quando os ganhos totalizaram R$ 49 bilhões.
Em 2010, o setor abriu 50 mil novas vagas, um crescimento de 3,4% sobre 2009, das quais apenas 25 mil foram preenchidas.
De acordo com o coordenador nacional do Propan (Programa de Apoio à Panificação) da Abip, Márcio Rodrigues, a demanda por contratações é resultado da modernização das padarias, da complementação com novos serviços, como o de restaurante, e da oferta de uma variedade maior de produtos.
Rodrigues afirmou que a panificação é responsável por 758 mil empregos diretos e 1,8 milhão de postos de trabalho indiretos.
- O número de postos de venda, novos serviços como café da manhã e almoço e a ampliação do mix de produtos geraram demanda muito grande para a contratação. Há empresas que abriram e tiveram de levar funcionários de outros Estados. Nós temos esse grande desafio, que é a geração de mão de obra. Não adianta formar e qualificar pessoas se as empresas não se transformarem em ambientes atraentes para que os jovens tenham intenção de trabalhar nessas empresas.
Os dados revelaram ainda que, em 2010, o país tinha 63,2 mil padarias, sendo que 20% delas estavam na informalidade. Apenas 5% lideram o processo de modernização do setor, 22% são emergentes (com potencial de crescimento), 27% vivem não crescem e 25% são conservadoras e têm a tendência de desaparecer. O número de clientes aumentou 2,8% em 2010, percentual maior do que o registrado em 2009 (na comparação com 2008), quando o aumento foi de 1,7%.
O diretor executivo da Abip, Giovani Assis Mendonça, disse que a preocupação atual é convencer os parlamentares, que vão participar este mês de um encontro com representantes do setor, de que é preciso desonerar o pão francês de impostos – que representam 16% do preço final do produto.
- Sabemos que a desoneração impactará no preço do pão francês, sabemos que ele é um produto consumido por todas as classes e, principalmente, porque é o pão que o brasileiro consome de forma expressiva dentro desse mix de produtos vendidos nas padarias.
Com a redução dos impostos que recaem sobre as padarias, Mendonça avalia que o número de empresas que ainda atuam na informalidade vai cair ainda mais.