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Economia

Para especialistas em contas públicas, ajuste fiscal chegou tarde

01 março 2011 - 16h03Por Redação Douranews, com Agência Brasil

O anúncio detalhado do corte de R$ 50 bilhões no orçamento da União não deverá alterar a trajetória de elevação da taxa de juros em 2011. Na avaliação de especialistas, o ajuste fiscal deveria ter sido implantado no ano passado para reduzir o avanço da economia e frear o ritmo de alta da inflação, verificada principalmente nos últimos meses de 2010.

Segundo os analistas, uma redução na taxa de juros só deverá acontecer em 2012, mas somente se o governo cumprir à risca as metas estabelecidas para redução das despesas.

Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa nesta terça-feira a projeção doa analistas indicam uma elevação de 0,5 ponto percentual, seguida de nova alta no mesmo percentual no encontro de abril.

“O governo está sinalizando que tem como cumprir a meta”, disse o economista do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Mansueto Almeida, especialista em contas públicas. “Como a trajetória da inflação já está afetando a economia este ano, grande parte do ajuste será feito agora pelo Banco Central”, acrescentou.

Mercado de trabalho

O principal impacto para a economia real dos cortes no orçamento será sentido, basicamente, no mercado de trabalho e na evolução da renda, segundo os economistas. As medidas adotadas pelo governo devem contribuir para esfriar um pouco a economia. Com um crescimento menor em 2011, entre 4% e 5%, o mercado de trabalho vai continuar em alta, mas de forma mais moderada, com a renda seguindo o mesmo ritmo, e o desemprego no País deve continuar em níveis relativamente baixos, na casa de 6%.

Os vários segmentos do governo federal também devem contratar menos e diminuir a pressão sobre a folha de salários, uma vez que os novos concursos foram cancelados.

Na avaliação do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, a redução do desempenho no mercado de trabalho não deverá ser tão drástica como no passado.”Haverá menos pressão pelo lado do emprego e da renda, mas o resultado continuará positivo”, disse Salto. “A economia de vê se estabilizar em 2012 e os juros podem começar a cair se ficar comprovada a eficiência das medidas fiscais” acrescentou.

Para o economista Amir Khair, mestre em finanças públicas, a política monetária deve estar alinhada com as medidas fiscais para que as decisões tomadas pelo Banco Central não inviabilizem o ajuste nas contas públicas.

“O governo está agindo na parte fiscal, tentando mostrar compromisso com o corte de gastos”, disse. “Mas sucessivas elevações na taxa Selic podem ampliar os custos do governo para rolar sua dívida e impactar fortemente o orçamento, anulando todo o esforço feito pelo lado da política fiscal”, destacou.