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Polícia

Operação da PF desmonta esquema de 'cigarreiros' que atuavam livremente em MS

29 novembro 2016 - 17h03

Na manhã desta terça-feira (29), a Polícia Federal realiza a Operação Ixtab, com objetivo de reprimir organização criminosa que atuava no contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Em MS, policiais atuam em Dourados.

Segundo informações da PF, 175 policiais cumprem mais de 70 mandados. São 12 mandados de prisão preventiva, 46 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de condução coercitiva nos três estados. A quadrilha mantinha um imóvel que servia de base operacional no Distrito de Vila Vargas, em Dourados, local onde os 'cigarreiros' passavam a noite para seguirem viagem no dia seguinte.

Também são cumpridas 28 cautelares pessoais diversas da prisão, como a proibição de fazer viagens ao Paraguai ou Ponta Porã, obrigação de requerer previamente autorização do juízo para viagens superiores a sete dias, obrigação de comparecerem em juízo ou perante à autoridade policial para os atos do processo ou inquérito sempre que intimados, advertência de que poderá ser decretada a prisão preventiva caso descumprida qualquer das condições mencionadas.

As investigações começaram em 2015, depois que dois alvos da operação foram presos em flagrante pela prática de contrabando de cigarros, ocasião em que foram detidos com 36 caixas e cigarros contrabandeados do Paraguai. Foram encontradas notações financeiras que revelaram movimentação do grupo de aproximadamente R$ 1 milhão só em 2015.

De acordo com a PF, o grupo criminoso tinha uma estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, tendo movimentado aproximadamente R$ 20 milhões, valor das 20 mil caixas de cigarros contrabandeadas de novembro de 2015 a novembro de 2016. Parte dos integrantes da quadrilha comprava os cigarros para abastecer os grandes fornecedores que, por sua vez, abasteciam outros fornecedores em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Um dos investigados teria movimentado mais de R$ 1 milhão em depósitos bancários em apenas três meses. Também faziam parte do esquema motoristas e ‘batedores’ que realizavam as viagens ao Paraguai para aquisição de cigarros.

O nome da operação é uma alusão à deusa maia IXTAB (guardiã dos suicidas). Uma analogia ao fato de que os fumantes estariam cometendo uma forma lenta de suicídio ao consumirem os cigarros importados ilegalmente do Paraguai.