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Educação

Candidatos da Uems alertam para o desastre com o corte de bolsas

14 maio 2019 - 21h01

Os movimentos estudantil, social e sindical estão organizando atos nas ruas de todo o País, com agenda centrada para esta quarta-feira (15), contra as medidas oficiais que resultam, por último, no anúncio do corte de bolsas da Capes para custeio de pesquisas de Mestrado e Doutorado.

“Isso coloca em xeque nosso futuro e a soberania da nação brasileira”, advertem os candidatos a reitor e vice na Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), professores Esmael Almeida Machado e Lucélio Ferreira Simião, em documento com o título “Um desastre anunciado”. LEIA:

“E eis que caiu a noite. Vivenciamos um tempo sombrio da nossa história, presenciamos a um desastre anunciado. Desastre não de ordem natural, mas intencional, e tão irresponsável quanto aqueles que condenaram à morte moradores e trabalhadores dos arredores de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Tão mesquinho quanto a degradação ambiental que tem ameaçado no nosso estado as belezas naturais de Bonito. Tão cruel quanto os mais de 80 tiros que tiraram a vida do músico Evaldo dos Santos Rosa, projéteis desferidos a sangue frio por agentes de segurança do Estado a mais um trabalhador negro brasileiro, matando além si os sonhos de sua família.

Pior que a lama, a ganância e as balas, é o intuito burocrata de colocar o nosso País de volta à Idade das Trevas, a fazer-nos retroagir para antes da Era Vargas – quiçá a antes da Primeira República (1889-1930) ou até mesmo anterior às primeiras décadas da nação independente, no século 19. Sim, pois ao mesmo tempo em que visíveis são as ações que ameaçam a soberania nacional, seguem em curso iniciativas que visam a deterioração das garantias sociais, das riquezas ambientais e das universidades públicas – patrimônio intelectual e matriz de desenvolvimento da nossa sociedade.

A olhos vistos, à luz do dia, instalam-se dinamites que visam implodir as barragens do nosso incompleto Estado de bem-estar social. Tais barragens são das poucas que ainda protegem o povo brasileiro das investidas dos poderosos, dos gananciosos, dos ambiciosos, daqueles que não têm compromisso para com os trabalhadores. Já foi assim com a aprovação da reforma trabalhista, com o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos; foi assim com a reforma do ensino médio e com a eliminação da literatura do currículo das escolas.

Agora, volta à cena a tentativa de reformar a previdência. Mais que isso, a adoção de um discurso oficial contra o ensino de Filosofia e Sociologia nas Universidades é a largada para o gran finale: colocar o Brasil de uma vez por todas na condição de dependência do “Grande Irmão do Norte”. Sim, pois o corte de orçamento para educação representa o abalo que resta para que a “barragem” que protege a nossa cidadania entre em colapso. E o que pode ser feito para evitar tamanha calamidade?

Os movimentos estudantil, social e sindical estão organizando atos nas ruas de todo o País, com agenda centrada no dia 15 de maio. A sirene de emergência está a tocar e precisamos atender ao chamado. O recente corte de bolsas da CAPES para custeio de pesquisas de Mestrado e Doutorado coloca em xeque nosso futuro e a soberania da nação brasileira. É necessário que façamos a defesa dos interesses nacionais, pois é disso que se trata e é isso que está em jogo. No entanto, tenhamos esperança, pois é no horário da treva que fogueiras são acesas para espantar os lobos. A resistência e o fortalecimento da Educação Pública há de ser fogueira a aquecer nossa luta, nossos corações!”

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