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Cultura

Criada há 40 anos, União Douradense de Estudantes ‘desaparece’ na história

27 novembro 2019 - 11h32

Chamada de ‘saudosa’ na maioria das raríssimas lembranças que restaram, a UDE (União Douradense de Estudantes) está completando 40 anos nesta quarta-feira (27), e o lamentável dessa ‘comemoração’ é que pouco, bem pouco, muito pouco, ou, quase nada, existe nos registros históricos da entidade que chegou a ser classificada uma das mais combativas do País nos anos 80.

“Infelizmente, o principal desafio ainda é o de preservar a história”, constata o jornalista Clóvis de Oliveira, um dos fundadores e o primeiro presidente da UDE, nascida oficialmente após agitada assembleia geral realizada no final da tarde de uma terça-feira, no dia 27 de novembro de 1979, em uma das salas da então Acid (a Associação comercial e Industrial de Dourados), hoje Aced. Mais tarde, já no começo da noite, prós e contras se juntaram para celebrar a data, no antigo ‘Mangueira Lanches’, no cruzamento da Marcelino Pires com a João Rosa Góes, no centro da cidade.

Mato Grosso do Sul ainda ensaiava os primeiros passos [o Estado foi criado em 11 de outubro de 1977 e devidamente instalado no ano seguinte], mas de Dourados, à época com pouco mais de 100 mil habitantes, já emergia forte movimentação estudantil que fez surgir, ao redor, as Uniões de Estudantes em Ponta Porã, Fátima do Sul, Ivinhema, Nova Andradina, entre outras, para a criação, em 1982, da Usmes (a União Sul-mato-grossense de Estudantes) e a contribuição para que o Governo redemocratizante de Wilson Barbosa Martins implantasse, em 1983, o passe-livre estudantil, principal bandeira da época das lideranças da Educação.

A ‘saudosa’ UDE chegou a confeccionar mais de 5.000 carteiras de estudante no primeiro ano da sua existência, no começo da década de 80, quando o documento praticamente “não valia pra nada”, como se dizia entre os próprios estudantes, já que os direitos de vantagens com o uso da carteirinha só viriam dois anos depois. “Mas, os estudantes queriam ser filiados à UDE, era sinal de valorização e força”, relembra Oliveira.

UDE HISTORIA

O começo do fim de uma bonita história, entretanto, depois das jornadas musicais eliminatórias nas escolas de toda a cidade e até de alguns distritos, e do grande encontro anual no também já extinto Ginásio do CAD, e do festival esportivo, integrador e massificador, no ainda resistente estádio da Leda, veio justamente quando diretorias seguintes adotaram políticas equivocadas e, a partir da ‘entrega’ do patrimônio central, começou o ‘desmanche’. Atualmente, nem o ‘doutor Google’ ou a ‘senhora Wikipedia’ podem socorrer os menos avisados...