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Guilheiro reinicia do zero por sonho de mais um pódio

14 fevereiro 2015 - 15h15

Começar do zero a busca por uma vaga nas Olimpíadas do Rio 2016 faltando um ano e meio para a competição é uma tarefa quase impossível para qualquer atleta. Ainda mais quando o país tem direito a apenas uma vaga e a disputa na categoria meio-médio (81kg) se dá com um rival que atualmente é o número 3 do mundo: o carioca Victor Penalber. Mas o cenário adverso não intimida alguém que tem duas medalhas olímpicas no currículo em três participações na competição mais importante do esporte. Depois de dois anos de inatividade por conta de uma complicada cirurgia no joelho direito, Leandro Guilheiro vive um reinício de carreira, aos 31 anos de idade. O que move o medalhista de bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008 são os sonhos de ir às Olimpíadas pela quarta vez e obter o terceiro pódio. 

A comissão técnica da seleção brasileira pretende convocar para os Jogos do Rio os judocas mais bem ranqueados da FIJ (Federação Internacional de Judô). Atualmente, Victor Penalber é o terceiro colocado (1.684 pontos), só atrás do georgiano Avtandilli Tchrikishvili (3.210) e do canadense Antoine Valois-Fortier (1.956). Já Guilheiro é o 175º da lista, com apenas 38 pontos.

– Eu estou em uma busca muito pessoal. Esse ciclo olímpico é diferente de todos os outros, pelas adversidades que eu tive no começo dele. Quando você fica dois anos parado por lesão, pensa em muita coisa. Eu nunca pensei em desistir. Estou de volta, porque desde garotinho, eu fazia contas e pensava em estar em quatro Olimpíadas. Depois que ganhei duas medalhas, passei a pensar na terceira medalha. Se não correr atrás disso, vou falhar comigo mesmo. Eu sei que será difícil, mas confio que posso estar nas Olimpíadas do Rio – afirmou o paulista.

Leandro Guilheiro e Pietri Loic treinamento judô Saquarema (Foto: Raphael Andriolo)
Leandro Guilheiro treina com o francês Loic Pietri, campeão mundial do até 81kg em 2013 (Foto: Raphael Andriolo)

A busca pela realização de mais esse sonho começou em outubro do ano passado. Guilheiro disputou dois Grand Prixs (Astana e Tashkent), mas venceu apenas uma de três lutas e voltou a figurar no ranking mundial. De acordo com o paulista, foram apenas torneios para esquentar as turbinas para 2015.

– Até por conta do meu retorno, vou ter que competir muito mais que os outros. No ciclo de Londres 2012, eu estava bem, não tive lesão e fiz cinco competições por ano. Eu ia lá e ganhava medalhas em Grand Slam, Masters e Mundial. Mas agora preciso lutar mais. Eu tenho caído muito no treino e aprendido muito. Vai ser um calendário apertado. Vou viajar o tempo todo para treinamentos e competições. Passo a passo, treino a treino, vou somar pontos e estar na briga – comentou Guilheiro, que soma duas medalhas em Mundiais (prata em 2010 e bronze em 2011).

Victor Penalber judô Saquarema (Foto: David Abramvezt)Victor Penalber estaria com a vaga olímpica se a disputa
acabasse agora (Foto: David Abramvezt)
 

 A grave lesão no ligamento cruzado do joelho direito tirou o quimono de Guilheiro por dois  anos, mas não tanto tempo da academia. Desde que foi liberado para fazer musculação, o  judoca, que sempre foi considerado um dos mais técnicos do mundo, ganhou bastante  massa muscular e aumentou a sua explosão no tatame. 

 – Esse período em que fiquei afastado, fiz um fortalecimento muito forte. Ganhei massa  muscular, fiquei mais pesado e minha composição corporal mudou. Então, quando voltei  para o tatame, estava muito forte, mas pouco móvel e ainda lento. Estou reencontrando o  meu caminho agora. Tenho paciência e sei que essa força vai me ajudar.

 Até então tranquilo na corrida pela vaga de titular nos Jogos Olímpicos do Rio, Penalber  sabe que Guilheiro tem tudo para ser um grande adversário. Como vai valer o  desempenho individual de cada um como critério de convocação, o carioca de 24 anos  sabe que só basta ele manter o bom nível apresentado nos últimos dois anos. Assim,  teoricamente, ele nem vai precisar torcer contra Guilheiro.

 – O Leandro é um adversário muito duro e tem muita coisa para dar ainda. É muito  importante ter sempre gente forte na categoria. Tem o Leandro e tem chegando o Rafael  Macedo, que foi campeão mundial júnior. Essa competitividade só faz evoluir os três ao  mesmo tempo. Um vai puxando o outro e temos que elevar o nível da competição. Não dá  tempo de torcer contra. O calendário está tão intenso que é complicado você parar para  pensar no outro. O mais importante é eu fazer o meu – comentou Penalber.  

 A corrida olímpica começou no início do ano passado. Os pontos conquistados nos últimos  dois anos antes dos Jogos contam para o ranking de 2016. Porém, os pontos conquistados  no período de abril de 2014 a abril de 2015 valerão 50%, enquanto os pontos entre abril de 2015 e abril de 2016 somarão 100%.

 

Fonte: Globo Esporte

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