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Inquérito conclui que agressor de Bolsonaro agiu com motivação política

28 setembro 2018 - 20h36

Adélio Bispo de Oliveira, o agressor do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional. O inquérito da PF (Polícia Federal), ao qual a TV Globo revela ter tido acesso com exclusividade e que foi concluído nesta sexta-feira (28), afirma que ele agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”. Um segundo inquérito foi aberto para dar continuidade às apurações.

“No que tange à participação ou coautoria no local do evento, a partir de evidência colhidas, descarta-se o envolvimento de terceiros”, diz o inquérito.

O ataque contra Bolsonaro aconteceu no dia 6 de setembro, quando o presidenciável participava de um ato de campanha, em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. O suspeito foi preso em flagrante logo após o atentando e confessou a autoria do crime nas três ocasiões em que foi ouvido pela PF.

Foram verificados mais de 250 gigabytes de informações em mídias, incluindo dados de celulares e do notebook do suspeito, assim como cerca de 600 documentos. A PF ainda teve acesso a mais de 6 mil mensagens instantâneas e 1.060 e-mails, que seguirão sendo analisados no segundo inquérito. Ainda há necessidade de novas quebras de, pelo menos, outros seis e-mails e três telefones usados pelo investigado, conforme a reportagem. A investigação da Polícia Federal é coordenada pelo delegado Rodrigo Morais.

Segundo a PF, antes do atentando, o suspeito fotografou locais em que Bolsonaro estaria em Juiz de Fora, como a Câmara Municipal, e também um outdoor que anunciava a presença de Bolsonaro na cidade. Em outras fotos encontradas no celular de Adélio Bispo de Oliveira, “restou evidenciado que esteve acompanhando o presidenciável Jair Messias Bolsonaro durante todo o dia, tendo tido, inclusive, acesso a ao hotel em que estava programado um almoço com empresários”.

“Configuram-se, portanto, indubitavelmente, indícios robustos de que houve uma decisão prévia, reflexiva e arquitetada, por parte de Adélio Bispo de Oliveira para atentar contra a vida do candidato”, diz a PF. No computador, havia “arquivos relacionados a contatos de pessoas, partidos e organizações afinadas com a ideologia de esquerda”, revela o inquérito.

De acordo com a PF, outros eventos da vida pretérita levantam suspeitas quanto ao planejamento do crime. Entre eles, está o cadastro em uma escola de tiro, em Florianópolis, frequentada por Carlos Bolsonaro. Segundo um dos depoimentos, no último dia de curso, o filho do candidato teria chegado à cidade. “Neste dia, (...) Adélio Bispo de Oliveira teria demonstrado comportamento estranho, sempre olhando para a porta, entre outras reações não usuais”, afirma o depoimento. A polícia informou que este episódio será aprofundado no outro inquérito. “A escolha da arma do crime, por sua vez, pode ser atribuída a uma facilidade com o manejo de facas, uma vez que trabalhou com o uso desta ferramenta em açougue e em restaurantes”, conclui a polícia.

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