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Saúde

Neurologista da UFGD explica, em vídeos, como se prevenir do AVC

27 outubro 2016 - 18h50

Estabelecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em parceria com a Federação Mundial de Neurologia, o dia 29 de outubro se tornou a data global de conscientização sobre a doença que, a cada seis segundos, afeta a vida de uma pessoa no planeta: o AVC (Acidente Vascular Cerebral), também popularmente conhecido como derrame.

Como forma de colaborar com a causa, prevenindo e informando, a neurologista e psiquiatra Elisabete Castelon, do HU (Hospital Universitário) da Universidade Federal da Grande Dourados, publicou uma série de seis vídeos feitos em parceria com o professor Edward Ziff, da New York University, que abordam desde a prevenção e o reconhecimento da doença até o tratamento e a adaptação do paciente acometido pelo AVC.

A médica, que também atua como professora do curso de Medicina da UFGD, explica que a informação é a principal arma da sociedade no combate à doença que é hoje a primeira causa de incapacitação de pessoas e a segunda causa de mortes no Brasil.

“As pessoas, além de se prevenirem, precisam conhecer mais sobre o AVC, precisam saber reconhecer os sinais de alerta e como agir, pois o paciente precisa chegar em tempo hábil ao especialista. É necessária a formação de uma rede de AVC, envolvendo Samu, PSF, hospitais e população. Quanto mais rápida a reação, mais pode ser feito por essa pessoa para reverter o quadro”, alerta, lembrando que nem sempre a incidência de AVC ocorre de maneira perceptível.

Ela esclarece que existem dois tipos de Acidente Vascular Cerebral: o isquêmico, quando há a obstrução da circulação sanguínea, e o hemorrágico, em que há a ruptura de um vaso. Ambos apresentam os mesmos sintomas, mas, em caso de hemorrágico, os sinais podem ser um pouco mais intensos.

Além das dicas para prevenção, reconhecimento e ação rápida diante de um quadro de AVC, a médica fala sobre a importância do tratamento multiprofissional para reabilitação do paciente e a reintegração à sociedade. “É necessário, ainda, após o AVC, que se continue a investigar sua causa para que não haja reincidência”, diz.

Com a participação da fisioterapeuta do HU e docente da Unigran, Ângela Cristina Lima, dois dos vídeos abordam a reabilitação e a adaptação física do paciente, com explicações sobre posicionamento correto, mobilidade e independência, incluindo, inclusive, a demonstração de exercícios.

Prevenção

Elisabete diz que até pouco tempo a pessoa acometida por AVC era considerada incapaz e não recebia tratamento para reabilitação, pois seu estado era considerado irreversível. No entanto, na década de 1990, a doença começou a ser tratada como questão de saúde pública, impulsionada pelo movimento de profissionais de saúde da Europa, que montaram os primeiros centros de reabilitação específicos para o AVC.

Além dos fatores genéticos, hereditários e de idade, que não podem ser modificados, outras condições contribuem para a ocorrência do AVC. Pessoas com hipertensão, diabetes, doenças cardíacas como arritmia, obesos, fumantes, alcoólicos, sedentários, usuárias de contraceptivos orais (pílula), mulheres que fazem reposição hormonal e dependentes de cocaína e anfetaminas estão mais propensos a sofrerem um Acidente Vascular Cerebral. Prevenir e controlar esses quadros é fundamental.

Sinais de alerta

Para reconhecer os sintomas de um AVC, algumas ações simples podem ser tomadas: peça à pessoa que está passando mal, que dê um sorriso e verifique se a boca está torta; veja se ela consegue levantar os dois braços; peça, também, que ela cante ou fale uma frase e observe se a fala está arrastada. A qualquer desses sinais, a orientação é acionar imediatamente o Samu pelo telefone 192 ou encaminhar a pessoa emergencialmente a um hospital preparado para atender casos de AVC.

Reabilitação

A abordagem multiprofissional é a forma ideal de tratamento para vítimas de AVC. Elisabete afirma que, além do acompanhamento com o médico neurologista, deve haver o envolvimento de fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo e assistente social (para orientações sobre direitos e políticas voltadas ao tema).

“A reabilitação deve ser feita de forma a reorganizar a vida do paciente, pois ele vai ter que reaprender várias coisas, aumentando as chances de se reintegrar, trabalhando na melhoria de suas funções musculares, sua independência e sua qualidade de vida”, conclui.

Vídeos

Para assistir os vídeos elaborados pela neurologista, basta acessar o canal no Youtube: Elisabete Castelon, onde há, também, materiais audiovisuais com orientações sobre o Mal de Alzheimer e a Doença de Parkinson.