Enquanto a Câmara de Vereadores não vota o projeto do primeiro-secretário da Casa, Juscelino Cabral (DEM), assinado em conjunto com o presidente Laudir Munaretto (MDB), o Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus em Dourados já decidiu a favor do lockdown (fechamento total) das chamadas atividades produtivas no Município. A proposta está dependendo apenas da canetada do prefeito Alan Guedes (PP), ele próprio que estaria na dependência de o Estado ‘relaxar’ nas medidas de restrição adotadas para conter o avanço da pandemia da Covid-19.
O projeto dos vereadores tenta impedir, nos limites do município de Dourados, que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as ações contra a pandemia, prevaleça sobre as decisões locais. Pela proposta, antes de decidir sobre o fechamento total, Alan Guedes teria que pedir a autorização da Câmara dos vereadores, inclusive, se for definir algo relacionado com o toque de recolher como forma de enfrentamento ao coronavírus. Eles atendem solicitação do setor comercial da cidade.
No pior momento da pandemia do coronavírus em todo o País, inclusive em Mato Grosso do Sul, especialmente em Dourados onde não existem vagas em UTI para pessoas infectadas pela covid-19 e o número de mortos se aproxima de 300, projeto de lei que vai totalmente na contramão de todas as medidas de isolamento foi apresentado na Câmara de Vereadores. Em audio veiculado em grupos de WhatsApp nas redes sociais, o vereador Fabio Luis (Republicanos) se manifesta contra o lockdown.
O mais recente boletim epidemiológico divulgado neste sábado (20) pela Prefeitura indica que Dourados teve 118 casos positivos com um óbito nas últimas 24 horas. 151 pessoas se recuperaram da doença e a cidade já chegou a 22.584 casos confirmados para o coronavírus. Já são 299 casos de mortes na população do Município. Há 96 pessoas internadas, metade delas em UTI.
