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Saúde

Família de trabalhador que morreu por falta de atendimento na UPA cobra R$ 700 mil

27 julho 2021 - 13h19

Familiares do trabalhador da construção civil Wanilton Alves Pereira que morreu aos 50 anos no dia 6 de junho, na UPA, entraram na Justiça com ação de indenização contra a Prefeitura de Dourados. A família quer R$ 700 mil de indenização pela negligência do Município, já que, no dia em que o homem morreu, não havia ninguém no plantão médico para prestar os atendimentos necessários.

Wanilton era paciente pós-Covid e apresentou naquele fim de semana quadro grave de pneumonia. Ele aguardava transferência para outro hospital da cidade. Ficou mais de 14 horas na UPA, onde chegou acompanhado de familiares por volta de 21 horas no sábado (5) e teve o óbito registrado por volta de 11h36 do domingo, dia 6.

Quando o homem passou mal com crise respiratória não havia nenhum médico na UPA. Wanilton Pereira pagou com a vida a situação de caos na saúde pública de Dourados, onde os serviços oferecidos aos pacientes do SUS pioraram desde o início do ano, principalmente por conta da omissão da gestão, avisada por técnicos da área. Alan Guedes já sabia de toda essa situação ainda antes de assumir o cargo.

Na noite em que foi recebido até a manhã de sua morte a unidade não tinha médicos plantonistas. Por volta das 7 horas da manhã de domingo, ele apresentou piora no quadro respiratório e foi colocado, pelos enfermeiros, na posição prona, ou seja, virado de bruços, um procedimento padrão que permite descomprimir o pulmão e facilita a respiração. Cerca de quatro horas e meia depois (por volta de 11h30), o Samu foi chamado e chegou na unidade às 11h36, onde realizou o procedimento de reanimação, infelizmente ineficaz.

Além de lesar o patrimônio público, com eventual pagamento de indenização à família do trabalhador, o caos na saúde pública pode provocar, inclusive, cadeia ao prefeito Alan Guedes (PP), relata reportagem do site folha de dourados, uma vez que o prefeito pode ser responsabilizado por improbidade administrativa e também de homicídio doloso ou culposo, como penas que podem chegar até a 30 anos de prisão.

Na véspera da morte de Wanilton Pereira, a diretora-técnica da Funsaud, Ângela Marin, divulgou documento - confira aqui - com cópias ao prefeito e o secretário de Governo, Henrique Sartori, ao presidente da Funsaud, Jairo José de Lima e ainda ao diretor do Centro de Regulação, ex-secretário de Saúde Frederico de Oliveira e ao então secretário da pasta, Edvan Moreira, alertando que pacientes poderiam morrer na UPA sem atendimento médico. Nenhuma providência foi tomada.