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Alan Guedes sabia da crise com médicos temporários e não tomou nenhuma providência

05 maio 2021 - 18h28

O prefeito Alan Guedes, que prefere o silêncio quando o assunto é crise na Saúde, e manda recados vagos por meio dos grupos criados pela assessoria para se ‘comunicar’ com a imprensa, tinha conhecimento da gravidade do problema desde a campanha eleitoral e teve acesso a números reais e concretos um mês antes de começar a administrar a cidade.

O relatório elaborado pela Equipe de Transição, com os dados repassados pela ex-prefeita Délia Razuk (PL) e assessores, apresentado em forma de evento solene pelo atual secretário de Governo da Prefeitura, Henrique Sartori, às vésperas da posse do novo prefeito, no Sindicato Rural de Dourados, já mostrava os números preocupantes, e agora pivô da tragédia anunciada.

Na página número 132 do Relatório consta que o total de contratações por tempo determinado somava 230 profissionais da área, incluindo 84 médicos, cinco generalistas, cinco psicólogos e outras especialidades, com a seguinte observação, à página 134: “não ficou claro se há alguma programação prevista de concurso público para a pasta ou se há política de formação de pessoal”.

Outra constatação da zelosa equipe de transição está contida na página 142, desta vez tratando da intrincada situação da Funsaud, a Fundação dos Serviços de Saúde, envolvida em rombo milionário e prestes a se transformar em gigante carta precatória para ser dividida pelos contribuintes do Tesouro Municipal.

Diz o trecho do documento: “Deve ser objeto de especial atenção o contrato de gestão com a Funsaud, que tem vigência programada para até 15/12/2020 e que, durante a reunião, o órgão declarou que não será possível firmar novo contrato até antes do seu vencimento, de modo que os atendimentos continuados deverão ser realizados sem a pactuação prévia e posteriormente pagos mediante reconhecimento das despesas, segundo manifestação dos gestores presentes. Não foram apresentados calendários com datas/prazos sensíveis da pasta durante a reunião setorial da Secretaria Municipal de Saúde, tampouco o detalhamento do objeto dos contratos pactuados e vigentes pela pasta”.

Para a sorte do novo prefeito, antes de entregar o mandato a prefeita Délia Razuk teve o cuidado de ajustar uma prorrogação no último Termo Aditivo ao contrato da Fundação de Saúde, proporcionando um aporte extra de R$ 7.806.656,11, o que elevou o valor global do contrato para R$ 274.967.283,42 até 23 de março deste ano. No dia 22 de fevereiro, Alan Guedes ainda recebeu outro socorro, do Governo do Estado, após intervenção da bancada de deputados junto ao secretário Geraldo Resende, com repasses da ordem de R$ 9,2 milhões [R$ 6,225 foram pagos à vista] para a Fundação pagar salários atrasados desde outubro do ano passado com prestadores de serviços e fornecedores. Nem assim deu conta de encontrar uma solução e agora ‘pipocam’ pedidos de demissões, além dos contratos vencidos e que não estão sendo renovados.

É o caos.

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