Pele negra...
Cor do belo...
Cor da resistência...
Estamos aqui, lutando e ocupando espaços, quer queiram quer não...
Cor da dor...
Minha dor de mãe em saber que meu filho está em “atitude suspeita” pelo simples fato de ele existir!
Minha dor de mulher negra, que tenho todas minhas potencialidades sufocadas por um racismo disfarçado de meritocracia.
Minha dor de filha de pai negro, que é vigiado bem de perto enquanto está dentro do mercado...
Filha de mãe negra, que pedem para revistar sua bolsa quando sai do vestiário da loja...
Minha dor é de ver os meus morrerem assassinados nas mãos de quem deveria proteger...
Viramos estatísticas nos jornais, e não temos nome, apenas mais um “bandido morto”...
Como diz a canção: “pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói”.
Sim.
O racismo está na mente e se reflete na sociedade
Somos negras e negros ocupando espaços, quer queiram quer não...
E vamos continuar a ocupar!
Vamos continuar a lutar!
Por que essa dor é a dor de quem sabe que está excluído na e da sociedade!
A luta é a resistência para conseguir existir!
E, já que você me julga pela cor da minha pele, saiba:
Minha pele, minha história!
E, ah, na minha história não sou protagonista, sou autora!
