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Cultura

Peça 'Tô Vivo' será apresentada hoje no Municipal

10 outubro 2015 - 15h26Por Redação Douranews

Em uma turnê pelo Mato Grosso do Sul, onde estima que cerca de 45 mil pessoas já assistiram o espetáculo, agora é a vez de Dourados comprovar o sucesso de ‘Tô Vivo’, tema da criação da atriz, escritora e poetisa Maria Ide Vida. Num país onde a crise econômica é evidente, como é possível uma peça sobre transtornos da mente despertar tantas curiosidades e levar as pessoas para o teatro, visto que atualmente poucos artistas conseguem viver de arte?

É isso o que explica a própria Vida, em entrevista reproduzida do jornal Diário de Notícias, de Ribeirão Preto/SP, por onde também já levou essa produção.

- Como você está conseguindo levar esse espetáculo por várias cidades do estado, sem apoio de ninguém?

Vida - Trabalhando com muita seriedade, muita garra.

- Por que  o tema TÔ VIVO?

Vida - Esse tema surgiu da observação de como as pessoas discriminam a doença mental. Não sabendo elas que a doença mental pode estar inserida em todos os níveis sociais. Pois ela existe sim, e não tem hora para chegar. E muitas vezes nos pega despreparados. Geralmente, as pessoas acham que a doença mental só ocorrem com pessoas distante da nossa família, dos amigos, enfim, com alguém que não conhecemos. E é um engano, ela se manifesta quando não estamos preparados para recebe-la.

- Você acha que seu espetáculo muda alguma coisa diante ao público que assiste referente a essa realidade?

Vida - O intuito é esse, interpreto personagens da vida real, mostro exatamente algo que as pessoas precisam conhecer. Ao meu ver a arte é uma ferramenta transformadora para aguçar o pensamento de forma real, emocionar, encantar, levar o indivíduo para uma viagem prazerosa.

- Na sua opinião o que é ser uma pessoa normal?

Vida - É aquela que tem consciência de todos seus direitos e deveres para com a sociedade, agindo dentro dos padrões normais imposta por essa sociedade a que ele está inserido, tem ideias próprias e corre atrás dos seus objetivos para assim continuar a sua vida em comunidade.

- Você disse que não é cantora, e como justificar agradar o seu público cantando a música do Nelson Gonçalves em seu espetáculo, visto que, pelo que sabemos a música dele que você canta é muito difícil, e as pessoas gostam do seu estilo?

Vida - Acredito que elas gostam não é nem tanto pela voz, é pela forma que interpreto a música, geralmente a plateia fica emocionada pelos acontecimentos ali no palco seguido de uma música tão bonita, tem pessoas que se emocionam e choram.

- Você faz composições musicais?

Vida - Faço, mas só agora é que tenho interessado-me por elas.

- Por quê?

Vida - Acredito que é devido eu estar muito só, longe dos amigos das minhas filhas, da minha terra.

- Você leva para o palco o Transtorno Bipolar, hipocondria, esquizofrenia doenças mentais que tem aumentado muito atualmente. Como você faz pra interpretar personagens tão diferentes e fazer o público diferenciar cada uma dessas de forma tão natural?

Vida - Realmente, aí é que está a capacidade do artista para deixar evidente para o público o seu poder de interpretação.

- Quantas personagens você já interpretou e já criou, visto que você também escreve livros e peças teatrais?

Vida - Mais de vinte. E criar, acredito que umas cinquenta, entre personagens dos livros e dos textos teatrais.

- Chico Anísio levou para o meio artístico mais de duzentos personagens, e você também pretende alcançar um número mais elevado dentro da arte teatral?

Vida - Não planejo nada nesse sentido, as coisa na minha vida tem acontecido naturalmente. Às vezes alguém me liga e me pede pra escrever um texto teatral sobre determinado assunto. Então eu fico refletindo sobre ele, depois vou para a frente do computador e começo a criar, então essas personagens vão aparecendo na minha mente e eu vou traçando a personalidade de cada uma, o modo como elas falam, como se vestem, como sorri, e como se portam naquela vida que eu criei para elas. Ali sou eu quem decide.  E isso é fantástico. Ser eu a vida e criar outras vidas dentro da arte realmente é algo fascinante.

- Onde você busca inspiração para criar seus textos teatrais e seus livros, seus poemas e algumas composições?

Vida - Me inspiro nas pessoas, nas paisagens, nos animais, no sorriso das crianças, no brilho do dia, a noite escura que é algo fascinante, enfim, tudo que me faz bem é uma eterna inspiração.

- Quantas peças teatrais você já participou? E qual é inesquecível pra você?

Vida - Já foram tantas, e todas eu tive prazer em apresentar, mas tem duas que realmente são inesquecíveis: A Dama e o Palhaço, e A fada e o Papai Noel. A Dama e o Palhaço porque contava a história de uma moça que durante o dia era uma verdadeira dama da alta sociedade, e a noite ela se transformava numa dançarina de lambada que se envolvia com um traficante, e para sua felicidade ela encontrou um palhaço que fez todo sentido em sua vida, com suas palhaçadas ele fez com que ela se apaixonasse por ele e juntos foram gastar o prêmio da mega sena na babilônia. Para interpretar Rubi, a dançarina, eu tive que emagrecer 15 quilos e aprender dançar lambada. Já A Fada e o Papai Noel foi um espetáculo que me emocionou muito pela sua história comovente envolvendo o espírito do natal, eu interpretei a bruxa Diabolina Diniz uma bruxa malvada, muito bonita e engraçada, ela perturbava a vida do papai Noel, da fada azul, da criança abandonada e de todos que estavam empenhados a fazer o natal dos sonhos.