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Aldeia indígena passa a ter coleta seletiva de lixo

03 julho 2017 - 21h52

Uma solenidade realizada na manhã desta segunda-feira (3) na Escola Araporã, ao lado do Cras (Centro de Referência em Assistência Social) Indígena, marcou o lançamento de uma ação de coleta de lixo na Reserva Indígena de Dourados, com a presença da prefeita Délia Razuk, do diretor do Imam (Instituto de Meio Ambiente de Dourados), Fábio Luis, do advogado Wilson Matos, titular da Ceaid (Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas de Dourados), entre outras autoridades das aldeias e a comunidade escolar.

Preocupada com as pessoas que moram na Reserva Indígena, a prefeita Délia proporcionou uma dinâmica com as crianças da escola, que presenciaram a solenidade e autorizou a entrega de 15 contêineres da coleta de lixo domiciliar que atenderão as aldeias Bororó, Jaguapiru e Panambizinho. A prefeita ressaltou a importância da coleta de lixo para a saúde pública e pediu que as crianças ajudem na fiscalização e sejam também portadores deste hábito de manter a cidade limpa.

“Vocês são o futuro e é importante que ajudem os pais, os amiguinhos a manterem a aldeia limpa. Estes contêineres são uma ajuda que a Prefeitura traz, e vamos buscar mais ações para melhorar este serviço”, disse.

A ação, integrante do projeto “Dourados + Limpa + Linda”, é a saída que a administração municipal encontra nestes primeiros meses de mandato para sanar um problema existente há décadas na maior reserva indígena urbana do Brasil. Espalhados em pontos estratégicos das aldeias, os contêineres serão disponibilizados para a população indígena depositar o lixo domiciliar em substituição à queima ou ao aterramento. Papéis, garrafas e lixo orgânico poderão ser colocados nos recipientes e, toda semana o caminhão da Prefeitura de Dourados fará o recolhimento do lixo.

Segundo o diretor do Imam, a ação representa um avanço em caráter nacional, que vai ainda proporcionar melhor qualidade de vida aos indígenas. “Com esta ação temos a preservação do local de moradia da comunidade indígena e ainda a preservação do meio ambiente”, disse Fábio Luis.

Segundo o advogado Wilson Matos, do Ceaid, a implantação do serviço contempla uma reivindicação que ocorre há dez anos. Até o ano passado, segundo ele, o recolhimento do lixo via contêineres era feito apenas em algumas unidades escolares, mas agora será ampliado á comunidade. “Com o crescimento da aldeia a implantação deste método era mais do que necessária. Agora, também como conselho, vamos trabalhar a conscientização dos moradores para o descarte correto do lixo domiciliar nestes pontos de coleta”, disse.

Wilson Matos relatou que o lixo, principalmente plástico, chega a atrapalhar até mesmo os serviços de agricultura na aldeia, uma vez que sacolas e recipientes leves são levados pelo vento e adentram as lavouras. Como questão de saúde pública, entre outros problemas que a falta de coleta de lixo acarreta, a proliferação de vetores de doenças é o mais agravante. Em 2016, um surto de dengue atingiu a Reserva e, à época, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) reiterou que a necessidade de coleta de lixo era uma das demandas necessárias no combate às doenças transmitidas por mosquito.

Diante dessa situação, a prefeita Délia determinou que fosse encontrada a solução e o Imam apresentou o projeto que esta semana acabou sendo implantado. Além disso, desde janeiro, ações de recuperação das estradas internas da Reserva e limpeza já têm sido feitas pela Prefeitura de Dourados, por meio da Secretaria municipal de Serviços Urbanos.

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