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Nutrição da Unigran prepara cartilhas de orientação à população indígena

04 setembro 2019 - 21h51

O projeto ‘Elaboração de Material Educativo nos Diferentes Ciclos da Vida’, desenvolvido por acadêmicos do 6º semestre de Nutrição da Unigran, inicia a 2ª edição com a confecção de cartilhas e folders orientativos sobre práticas alimentares saudáveis que serão direcionados aos alunos da Escola Pública Municipal Indígena Tengatui Marangatu, da Aldeia Jaguapiru de Dourados.

Acompanhados pelas professoras Juliana Barros de Almeida e Thalyta Muniz Lemes, coordenadoras da atividade, os estudantes visitaram a escola para o primeiro contato com o público-alvo. O objetivo é transformar o conhecimento técnico-científico em informação acessível ao público leigo de forma didática/lúdica, respeitando a cultura alimentar indígena.

“O processo de educação nutricional é importante ferramenta para orientar as crianças e adolescentes quanto às escolhas alimentares corretas e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida. Queremos incentivar nossos acadêmicos a elaborar um material específico para esta comunidade e aproveitar para aproximá-los de uma cultura diferente da que estão acostumados”, mencionou Juliana Barros. Segundo a professora, a escassez de alimentos vivenciada pela população indígena aparece paralelamente a problemas de saúde relacionados à má alimentação com a introdução de alimentos como açúcar, sal, refrigerante, biscoitos e produtos industrializados na alimentação habitual. “A promoção das práticas alimentares saudáveis por meio de educação alimentar e nutricional, em linguagem de fácil entendimento e apropriada para cada faixa etária, respeitando as peculiaridades da cultura alimentar indígena, é uma estratégia de vital importância para prevenção de problemas alimentares e nutricionais”, assegurou.

A coordenadora da escola, Simone Martins Freitas, acompanhou a visita dos futuros nutricionistas e apresentou os projetos que as crianças desenvolvem, como a horta e a roça escolar. “É muito interessante esta iniciativa, principalmente o fato da professora Juliana querer aproximar o pessoal da cidade com o pessoal da aldeia. Nós temos coisas boas e isso deve ser mostrado, apesar dos desafios, a escola tenta, de alguma forma, ajudar os alunos. E, neste projeto, pensamos em várias atividades que poderão ser desenvolvidas com os alimentos tradicionais que hoje têm se perdido, que é uma forma de manter nossa cultura apesar das transformações do tempo. Nossas preocupações são o uso de veneno, incentivo à alimentação saudável, ensiná-las a produzir o próprio alimento e consumir em casa”, garantiu.

A professora é ex-aluna da escola e afirmou que tem o sentimento de querer o mesmo para os alunos. “Eu sempre falo para eles: hoje eu estou aqui, mas amanhã serão vocês que estarão no meu lugar. E o meu incentivo para eles é continuar estudando. Conhecimento é a única coisa que ninguém vai tirar da gente, é uma arma de luta para sobrevivermos”.

O grupo da estudante Beatriz Carolina Rodrigues Farias vai trabalhar com crianças na idade pré-escolar. “O mais atrativo para esta faixa etária é o visual, as cores. Queremos trabalhar algo com desenhos. O plantio, o cultivo, a colheita, como tratar o alimento e como levar para casa como comida. A minha primeira ideia é falar como trabalhar a higiene nos alimentos, a técnica dietética do que ele produz, por exemplo, se produz mandioca o que poderá fazer com este alimento que é acessível, como a tapioca. Eles ganham uma cesta básica que contém fubá, eles sabem o que fazer com o fubá? Então, o intuito do nosso material será mostrar coisas que podem praticar com o que têm”, disse.

A base para construção do material didático e o conteúdo técnico-científico da cartilha/folder será o conteúdo trabalhado nas disciplinas ‘Educação Nutricional’ e ‘Nutrição da Infância ao Idoso’. O conteúdo científico do material elaborado será avaliado pelas professoras coordenadoras do projeto e o material será apresentado à banca de avaliação antes de ser levado às crianças da Escola Indígena Tengatui Marangatu

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