A safra de grãos 2010/11, em fase de colheita, deve alcançar recorde de 154,2 milhões de toneladas, conforme sexto levantamento divulgado nesta quinta-feira (10/03) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção pode aumentar 3,4% (cerca de 5 milhões de toneladas a mais) em comparação com o período anterior, quando o país colheu 149,2 milhões de toneladas. Com relação ao mais recente levantamento, realizado em fevereiro, a produção cresce 0,7% ou o equivalente a 1,1 milhão de toneladas.
Os técnicos da Conab informam que o motivo do crescimento da produção é a ampliação da área de cultivo do algodão, do feijão (1ª e 2ª safras), da soja e do arroz, aliada à melhor influência do clima sobre o desenvolvimento das lavouras.
Entre as principais culturas, o algodão foi a que apresentou o maior crescimento percentual em área: 56% a mais do que no ano passado, quando foram plantados 835,7 mil hectares. Dessa forma, a expectativa é de uma produção de 1,9 milhão de toneladas de pluma, o que corresponde a um aumento de 756 mil toneladas. Os números anteriores eram de 1,2 milhão de toneladas.
A área do feijão deverá crescer 7,7%, chegando a 3,9 milhões de hectares. Se comparada à safra passada, a produção de feijão deve aumentar 11,8%, podendo atingir 3,7 milhões de toneladas colhidas. A área da primeira safra é de 1,5 milhão de hectares, enquanto a da segunda safra deverá ser de 1,6 milhão.
A estimativa é que a soja registre um aumento de 2,4% na área plantada, alcançando 24 milhões de hectares. A produção deve crescer 2,3%, atingindo 70,3 milhões de toneladas. A colheita do grão continua nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e do Paraná e já teve inicio no Rio Grande do Sul.
Com relação ao arroz, o aumento da área deve ser de 3,7%, e chegar a 2,9 milhões de hectares plantados. A previsão é que a produção apresente um aumento de 12,6%, ampliando para 13,1 milhões de toneladas, contra 11,7 milhões de toneladas da safra anterior.
No caso do milho, a produção total deverá ser de 55 milhões de toneladas, 1,7% menor do que na safra passada, quando foram produzidos 56 milhões de toneladas. A queda, segundo a Conab, originou-se no milho primeira safra, que será menor em 1 milhão de toneladas. A razão principal
para isso foi a diminuição da área em 33,6 mil hectares (0,4%), ficando em 7,7 milhões de hectares.
Para o milho segunda safra, cujo plantio ainda não terminou, a área plantada deverá somar 5,45 milhões de hectares (alta de 4,5%), devendo produzir 21,96 milhões de toneladas.
A pesquisa foi realizada por 68 técnicos, no período de 21 a 24 de fevereiro, quando foram ouvidos representantes de cooperativas e de sindicatos rurais, de órgãos públicos privados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de parte das regiões Norte e Nordeste.
IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, nova estimativa para a safra de grãos. Segundo o instituto, devem ser colhidos 151,2 milhões de toneladas, superior à safra recorde de 149,5 milhões de toneladas de 2010.
A diferença entre os dados divulgados pelo IBGE e pela Conab se deve aos períodos avaliados. O instituto analisa a colheita de janeiro a dezembro, enquanto a Conab se baseia no ano-safra, que vai de agosto a julho.