Menu
Buscarsegunda, 29 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
25°C
Educação

Fim da gratuidade no ensino público superior é debatida na Câmara

19 dezembro 2018 - 16h41

O Cedes (Centro de Estudos e Debates Estratégicos) da Câmara dos Deputados tornou disponível a publicação "Financiamento da Educação Superior no Brasil: impasses e perspectivas", por meio de download gratuito ou para compra no site da Livraria da Câmara. O estudo apresenta alternativas para o financiamento da educação superior no país. Entre elas, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que retira do teto de gastos as receitas próprias obtidas pelas universidades públicas, geradas por meio de prestação de serviços, convênios, receitas de capital etc.

O trabalho foi relatado pelo deputado federal Alex Canziani (PTB-PR) e coordenado pelo consultor legislativo Ricardo Martins, que contou com a colaboração de outros consultores da Câmara, de associações universitárias, de instituições de ensino públicas e de especialistas dos Ministérios da Educação, de Ciência e Tecnologia e do Planejamento. Este é o 11º livro da série Estudos Estratégicos, publicada pelo Cedi (o Centro de Documentação e Informação) da Casa, informa a Agência Câmara de notícias.

Desafios

Um dos maiores desafios apontados no estudo é a ampliação da oferta de vagas no ensino superior, para atingir a meta estabelecida no PNE (Plano Nacional de Educação), que prevê elevar a participação de jovens entre 18 e 24 anos para 33% até 2024. Atualmente, o ensino superior alcança apenas 17% da população nessa faixa etária, abaixo do desejável. Pelo menos 40% das novas matrículas deverão ser na rede pública.

Contudo, a expansão de vagas esbarra na falta de recursos das universidades públicas, obrigadas a promover cortes de custeio e investimento para pagar despesas obrigatórias. E ainda ocorrem as limitações orçamentárias impostas pelo encolhimento da arrecadação tributária e pela Emenda Constitucional 95 de 2016, que definiu um teto de gastos.

Outra questão é a equidade na destinação de recursos públicos para promover o acesso ao ensino superior, tendo como foco os estudantes e não apenas as instituições. Os alunos que conseguem assegurar vaga nas universidades públicas recebem ensino gratuito, custeado por toda a sociedade, independentemente de sua condição financeira. Por outro lado, dos que se matriculam nas instituições particulares, que representam 75% dos estudantes de graduação, apenas uma minoria é beneficiada com bolsas (Prouni e Cebas) e empréstimos (Fies), embora possuam situação socioeconômica semelhante.

Tanto na rede pública quanto na privada de ensino superior, metade dos estudantes provêm de classes sociais menos favorecidas. E o volume de recursos que financiam os estudantes na rede pública é consideravelmente mais elevado do que aquele destinado a apoiar o financiamento de estudantes carentes na rede particular.

Nesse sentido, o trabalho aborda temas relevantes como a questão da gratuidade no setor público, parcerias com instituições particulares e novas fontes de financiamento, como por exemplo, o aporte de recursos, a título de doação, de pessoas físicas e jurídicas às instituições de ensino superior, os chamados fundos patrimoniais, como ocorre em outros países.

Deixe seu Comentário

Leia Também