Sete vezes campeão da Copa Brasil de Freestyle Motocross, o filho de Sinop/MT, Gilmar Flores, conhecido internacionalmente como ‘Joaninha’, e atualmente o maior brasileiro a defender essa modalidade, está perto de abandonar a atividade como esporte e pretende dedicar-se mais aos shows e exibições em eventos públicos como feiras, exposições, datas festivas e acontecimentos onde for convidada a equipe J99 que ele representa.
Aos 36 anos de idade, e prestes a iniciar novo desafio na vida [é pré-candidato a vereador pelo PMDB da cidade e já fala em disputar, em seguida, as eleições para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso], ‘Joaninha’ conversou com o Douranews entre uma volta e outra, um salto e outro, e uma paradinha para gravar a chamada da próxima apresentação de acrobacias [no começo de agosto, durante a exposição agropecuária de Cacoal/RO], no centro de treinamento que mantém nos arredores da cidade mato-grossense, hoje com estimados 150 mil habitantes.
“Infelizmente, o esporte deu uma parada, faz um ano e meio que não temos competições; a crise que afetou o País atingiu o FreeStyle também, ainda bem que temos a oportunidade de seguir realizando shows. Faltam eventos e campeonatos e o nosso esporte está ficando pra trás”, disse. ‘Joaninha’ cobra ainda a responsabilidade dos organizadores de provas. “Não existe uma federação de FreeStyle, temos a de motocross e a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), mas quase nada de apoio à nossa modalidade”, acrescenta.
Segundo o filho ilustre de Sinop, que participou, na virada do mês, da equipe que ajudou a conduzir a Tocha Olímpica durante o revezamento do símbolo das Olimpíadas pelas ruas centrais de Cuiabá, o FreeStyle é difícil das pessoas treinarem, apesar da estrutura apropriada que ele disponibiliza na cidade. O apoio do companheiro Nícolas, juntamente com o piloto Robertinho que o acompanha na execução do backflip (looping) em saltos que vão dos 17 aos 22 metros, é o que tem garantido a sobrevivência da modalidade.
Ainda assim, pelo sucesso obtido nas apresentações por várias regiões do Brasil [no Estado, já passou por Nova Andradina, Naviraí, Maracaju, entre as cidades citadas] e do exterior [com exibições no México, Alemanha e na quase totalidade dos países da América do Sul], ‘Joaninha’ diz que vê boas promessas despontando entre jovens de Sinop que querem começar, “do motocross para o free”, que ele define como um esporte “mais tranquilo, radical, mas que não machuca tanto”.
‘Joaninha’ curte bastante o apelido que ganhou desde os tempos em que trabalhou na oficina de motos do amigo ‘Bezorro’, em Sinop, e a partir daí, pela ligação com o companheiro de treinos no motocross, recebeu o apelido de ‘bezorrinho menor’, como define. “Fico feliz, por onde passo as pessoas me apoiam, querem abraçar, as crianças gostam, e vamos indo, tentando manter o FreeStyle em evidência”, conclui.
A origem
O Freestyle Motocross teve origem na década de 90, nos desertos dos Estados Unidos. Em busca de novas emoções, alguns pilotos encontravam na costa oeste americana o ambiente ideal para acelerar e praticar diversas manobras.
O esporte, entretanto, surgiu somente em 1998, quando foi realizada a primeira competição de Freestyle Motocross, em Las Vegas, nos Estados Unidos. No ano seguinte, já havia sido incluído no maior evento de esportes radicais do mundo, o X Games. A partir daí, o Freestyle Motocross cresce continuamente, ganhando muitos adeptos e admiradores. Geralmente, é possível registrar mais de 30 mil espectadores em um único evento.
A partir do ano 2000, a Europa promove diversos eventos da modalidade, sendo realizada, em 2001, a primeira edição do Night of the Jumps, principal da modalidade na Europa atualmente.
Em 2006, a Federação Internacional de Freestyle Motocross, juntamente com a Federação Internacional de Motociclismo, realizou o primeiro Campeonato Mundial da modalidade, consolidando o esporte definitivamente.
O heptacampeão da Copa Brasil de Freestyle Motocross, Gilmar ‘Joaninha’ Flores, é patrocinado por Yamaha, Unimed, MRX Web Sites, Geração Motos, Aut e Pro Tork, com mais de 8750 citações no índice de buscas do Google.
