Ativistas de um coletivo feminista, vestidas de freiras grávidas, manifestaram nesta segunda-feira (6) em La Paz contra a visita que o Papa Francisco iniciará na Bolívia na próxima quarta-feira, sendo reprimidas pela polícia.
Instaladas nos degraus da Catedral de La Paz, onde Francisco receberá autoridades locais durante sua visita, as falsas freiras usavam bandeiras repudiando a posição da Igreja Católica contra o aborto e a homossexualidade.
"A minha homossexualidade não precisa de sua aprovação, mas é a homossexualidade dentro da Igreja que precisa de reivindicação", dizia um cartaz do grupo de lésbicas e gays "Mulheres Criando", o mais ativo do país.
Simultaneamente, o coletivo feminista colocou à venda camisetas estampadas com a imagem de Francisco crucificando Jesus e a legenda: "Sua igreja crucifica as mulheres todos os dias, o feminismo as ressuscita".
Uma dúzia de ativistas também usava roupa de freira com uma faixa em torno de sua cintura dizendo "filho bastardo de um padre".
A Catedral de La Paz fica a alguns passos da sede do governo boliviano, na Plaza de Armas, sede também do poder legislativo, onde Francisco terá uma atividade intensa na quarta-feira.
O protesto, que foi dispersado pela polícia, contrasta com a atmosfera de fé e expectativa em torno da visita do papa à Bolívia, um país laico de maioria católica.
O Papa chegará em La Paz no próximo 8 de julho, e deve ir ainda no mesmo dia para Santa Cruz (leste), onde permanecerá até sexta-feira. Neste dia ele parte em viagem ao Paraguai, terceira e última parada em sua visita à região, que começou nesse no Equador.