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Manoel Afonso

De leve - Impeachment: O Governo na antessala da UTI

07 dezembro 2015 - 21h24

Manoel-Afonso Até aqui o Governo Dilma leva nota zero em matéria de articulação política e seus desencontros batem de frente com o próprio PT inclusive. A prisão do senador Delcídio, líder do Planalto no Senado, engrossou esse caldo apimentado.

Se Dilma for afastada por 180 dias ela voltará? Mas se sair vitoriosa neste processo o Governo vai articular com quem? Como ficarão suas relações com o vice-presidente Michel Temer - dependendo da conduta dele ao longo deste episódio?

Qualquer observador percebe que será marcante a influência da Lava Jato no desenrolar do impeachment. Novas prisões de lideranças de partidos diversos – inclusive do PMDB e aliados do Planalto – poderão ter reflexos imediatos na opinião pública, desembocando na pressão das ruas.

Para piorar, o agravamento da crise econômica – com queda da produção industrial e o aumento do desemprego – será mais um fator determinante para que a elite empresarial seja mais participativa no evento. Aliás, as previsões apontam que esse quadro deve piorar em muito a partir de março.

Assim, o afastamento de Dilma passaria a ser visto como uma alternativa em termos de solução para a crise. Psicologicamente seria positiva, abrindo perspectivas independentemente da capacidade gerencial de Temer. Seria como trocar o técnico da seleção de futebol.

Encurralado no canto do ringue, o governo joga com as cartas que tem. As primeiras ações de barrar a instalação do Impeachment no STF não deram certo e repercutiram pessimamente no imaginário popular. Eu diria, mais uma trapalhada. Depois, o Planalto quer apressar o processo, aproveitando o desvio da atenção da população devido às festas de final de ano. A oposição já percebeu e reage de forma inteligente.

Finalmente, há que se analisar a postura do STF caso a questão se resolva judicialmente. Lembro: comparando o nível desta corte com aquela do impeachment de Collor veremos que seu nível é mais fraco. Com a maioria de seus integrantes indicada pelo Planalto, há dúvidas como eles se comportarão. Partidarizarão o processo?

Na falta – por exemplo - de ministros lúcidos e influentes como Paulo Brossard e Neri da Silveira, a esperança é que a voz das ruas possa de alguma forma influenciar a mais alta corte a decidir corretamente.

Afinal, o Brasil precisa voltar a caminhar.

De leve...

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