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Opinião

Preocupação com alimentos, sustentabilidade e em defesa do Dourado

04 dezembro 2016 - 12h17Por Janir Arruda

O sustento de milhares de famílias versus a ameaça de extinção do "Dourado" nos faz ter preocupação com o futuro pesqueiro da nossa Ladário. A nossa cidade precisa prosperar, com fundamento na geração de empregos, tanto diretamente, quanto no setor hoteleiro quanto na sustentabilidade ambiental, e inclusive ter o peixe como participante da merenda escolar do estudante. E, para tanto, é necessário desenvolver urgente um trabalho com participação das entidades de pescadores e também do setor produtivo, setor de alimentos, Agraer, e Secretaria de Fomento de Ladário para que possamos atualizar dados; criar uma política de Estado com gestão compartilhada em relação ao setor pesqueiro e de produção de alimentos calcados na agricultura familiar e, ainda, questionar a construção irregular de barragens.

É preciso dar mais importância para o setor pesqueiro, com ênfase na pesca artesanal, que deverá ser tratada dentro da legalidade, ser socialmente justa e ambientalmente correta. As famílias que dependem da pesca para o seu sustento precisam de uma solução.

Além disso, é preciso estabelecer um ordenamento, objetivando uma definição de políticas de Estado para a gestão pesqueira com resolutividade, eficácia e monitoramento. Na cidade de Aquidauana, por exemplo, projeto de lei do vereador Wezer Lucarelli (PSDB) foi aprovado e aguarda ser sancionado pelo prefeito, proíbe a pesca do Dourado, já a partir de janeiro do próximo ano, por um período de oito anos.

Na cidade vizinha, Corumbá, desde janeiro de 2012 a pesca, embarque, transporte, comercialização, processamento e industrialização do peixe Dourado está suspensa, por meio da Lei Municipal 2.237/2011. Com validade de cinco anos, o prazo para a medida expirará em 31 de janeiro de 2017. Inclusive, esta preocupação já existe, pois, para avaliar a viabilidade da suspensão desta lei, o vereador eleito pelo município, Luis Francisco de Almeida Vianna (SD) tem promovido diálogos com diversos setores para se posicionar a respeito. Ele comenta que "há anos os pescadores reclamam da queda drástica no número de peixes na região e precisamos avaliar de que modo podemos ajudar a solucionar o problema, se é proibindo a pesca, se a causa da redução de peixes é o excesso de iscas saindo do município ou se são as cheias".

Particularmente, concordo que a proibição tem ação direta para casos de risco de extinção, do contrário, ao proteger um peixe específico como o ‘Salminus maxillosus’ (o nosso “Dourado”), os menores, dos quais ele é predador, poderão acarretar um desequilíbrio ecológico. Seria interessante verificar todo o sistema. A sociedade está preocupada com as questões ambientais, precisamos pensar e respeitar as formas de manter esse equilíbrio, através dos cuidados com o habitat do peixe, os resíduos lançados nos rios e a produção de alimentos, assim como ao ambiente em torno, e este é o sentimento que carregamos no peito.

O que fizermos hoje, sentiremos no nosso amanhã.

*A autora é Assessora Executiva da Prefeitura de Ladário, no Pantanal de MS