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Polícia

Em duas operações, PF desarticula esquema de contrabando e tráfico no Estado

29 novembro 2016 - 14h38

Equipes da Polícia Federal deflagram simultaneamente duas operações com distintos alvos, na manhã de hoje, no Mato Grosso do Sul. Uma das ações foi batizada pelo nome “Travessia” para desarticular organização criminosa envolvida com tráfico internacional de drogas. Outra operação leva nome de "Ixtab", e tem por objetivo reprimir extensa quadrilha voltada à prática do crime de contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro.

No contexto da operação “Travessia”, cerca de 180 policiais federais cumprem 42 mandados de prisão preventiva – desses 11 já se encontram presos, 31 mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva, em 14 cidades dos estados do MS, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Segundo a Polícia Federal, investigações apontaram que a cidade de Guaíra, no Paraná, servia de porta de entrada para o ingresso da droga no Brasil e, dali, a distribuição era realizada principalmente para as cidades dos estados do PR, SP e SC. A droga saía do Paraguai.

Durante investigações, foram presas em flagrante 35 pessoas, entre as quais um advogado e servidores públicos. Também foram apreendidas grandes quantidades de maconha, cocaína e crack. O principal investigado lavava os recursos provenientes do tráfico por meio de loja e haras no interior do Paraná.

CIGARROS

Operação "Ixtab" também acontece na manhã desta terça-feira em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Cerca de 175 policiais cumprem 12 mandados de prisão preventiva, 46 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de condução coercitiva nos três estados da federação.

Agentes cumprem, ainda, 28 cautelares pessoais diversas da prisão, como: proibição de efetuar qualquer viagem para o Paraguai ou para a cidade de Ponta Porã (MS); obrigação de requerer previamente autorização do juízo para viagens superiores a sete dias; obrigação de comparecerem em juízo ou perante à autoridade policial para os atos do processo ou inquérito sempre que intimados; advertência de que poderá ser decretada a prisão preventiva caso descumprida qualquer das condições mencionadas.

De acordo com a PF, as investigações tiveram início em 2015, a partir da prisão em flagrante de dois alvos da operação pela prática do crime de contrabando de cigarros, transportando 36 caixas de cigarros contrabandeados do Paraguai. Na ocasião, também foram apreendidas anotações financeiras que revelaram movimentação do grupo em torno de R$ 1 milhão, no período de um ano.

Ainda conforme a instituição federal, a organização criminosa tinha estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, tendo movimentado em torno de R$ 20 milhões em decorrência da elevadíssima quantidade de cigarros contrabandeados que foram comercializados (por volta de 20 mil caixas no período de novembro de 2015 a novembro de 2016).

O grupo agia de maneira organizada: parte dos integrantes adquiria cigarros no Paraguai para abastecimento dos grandes fornecedores, que, por sua vez, abasteciam outros fornecedores em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As investigações apontam que um dos investigados teria movimentado mais de R$ 1 milhão em depósitos bancários em apenas três meses.

Também faziam parte do esquema motoristas e ‘batedores’ que – a serviço dos grandes compradores – realizavam as viagens ao Paraguai para aquisição de cigarros.

A organização também mantinha imóvel que servia de base operacional no Distrito de Vila Vargas, município de Dourados, local onde os investigados passavam a noite para seguirem viagem no dia seguinte.

O nome da operação é uma alusão à deusa maia IXTAB (guardiã dos suicidas). Uma analogia ao fato de que os fumantes estariam cometendo uma forma lenta de suicídio ao consumirem os cigarros importados ilegalmente do Paraguai.