O senador Fernando Lugo (Frente de Guasu) pode vir a ser presidente do Paraguai novamente, caso o atual chefe de estado Horacio Cartes e o vice-presidente Juan Afara se demitam dos cargos antes de 30 de junho para assumir como senadores no País, publica o jornal Abc Color, de Assunção. Cartes quer continuar até 15 de agosto e depois tentar emplacar, como já tentou, sem sucesso, Nicanor Duarte.
A atual Constituição não previu - ou impediu indiretamente - o presidente da república e o vice-presidente de concorrerem a um escritório legislativo. O chefe de estado reservou o senatorial da vida e vice apenas a possibilidade de ser presidente da República, pelo qual ele deve demitir-se seis meses antes. A decisão de Cartes e Afara de representar o cargo de senador e ser colocada após os presos do partido em lugares privilegiados da lista do Senado para as eleições gerais de 22 de abril desenham no horizonte do futuro uma nova crise institucional no país.
Quem será o presidente da república, se ambos demitirem? Essa é a questão recorrente. Como a Constituição não oferece uma resposta clara, devem ser feitas hipóteses. O próximo 30 de junho deve jurar o novo - para chamar isso de forma - Congresso Nacional para o período 2018-2023, incluindo Cartes e Afara, se renunciarem a seus respectivos cargos 45 dias antes ou mais do que a conclusão de seu mandato (15 agosto de 2018).
Se esta hipótese for confirmada, uma dupla dor de cabeça é gerada e, de acordo com a linha de sucessão, o presidente do Congresso deve assumir. Quem é ele atualmente? O senador lugo, que foi demitido devido ao mau desempenho da presidência em 22 de junho de 2012; ou seja, ele se sentará na Cadeira López por alguns dias, considerando que o mandato como senador também expira em 30 de outubro.
Mesmo que fosse por alguns dias, esta seria uma espécie de reeleição - proibida pela Constituição, segundo o jornal paraguaio.
