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Política

Obra que já consumiu R$ 143 milhões e não funciona, Aquário do Pantanal ‘não existe’ em programas de

23 setembro 2018 - 14h52

O Aquário do Pantanal, empreendimento planejado na gestão do ex-governador André Puccinelli para ter 24 tanques, somando um volume de água de aproximadamente 6,2 milhões de litros e 12.500 animais subdivididos em mais de 260 espécies, é ‘letra morta’ nos programas de governo dos seis candidatos que disputam o comando do Parque dos Poderes nas eleições deste ano em Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2011, na gestão de André Puccinelli (MDB), a Egelte Engenharia venceu licitação por R$ 84 milhões para construir o Aquário nos altos da avenida Afonso Pena, em Campo Grande. No ano de 2014, a construção foi repassada em subempreita para a Proteco Construções. Gravações da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal), apontam uma frenética negociação para que a obra trocasse de mãos e ganhasse aditivo de R$ 21 milhões, o máximo previsto pela Lei de Licitações.

Em 2016, a obra voltou para a Egelte, mas não caminhou. O contrato foi rompido e a segunda colocada recusou. Sem o Aquário, peixes ficam no galpão da PMA (Polícia Militar Ambiental), e o prejuízo só acumula. O governo atual informou que busca na Justiça um aval para contratar duas empresas e gastar R$ 38,7 milhões com dispensa de licitação para concluir a obra. Porém uma liminar determina que o empreendimento seja licitado.

Finalidade

De acordo com justificativa de motivos publicada no portal do Imasul (o Instituto de Maio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o Aquário foi projetado para oferecer ao público uma oportunidade única de conhecer a riqueza da biodiversidade do Pantanal e de outros ecossistemas brasileiros.

O arquiteto Ruy Ohtake, responsável pelo projeto arquitetônico, um dos mais renomados do Brasil, destaca que além de ponto turístico, o Aquário será referência para o Pantanal, com um banco de dados para estudos científicos servindo de base para formação de dissertações de mestrado e teses de doutorado.
Além de enriquecer consideravelmente a oferta turística de Campo Grande e Mato Grosso do Sul, o local vai oferecer uma atração de entretenimento cinco estrelas. Trata-se de uma conquista histórica para Campo Grande e para o Estado, aponta o histórico da obra.

‘Letra morta’

A expressão ‘Aquário do Pantanal’ não é grafada em nenhum dos seis programas de governo, obrigatoriamente registrados pelos candidatos junto ao pedido de inscrição para a disputa do comando do Estado. Em uma referência isolada, o programa do atual governador fala em apoiar “o desenvolvimento de parques tecnológicos”. Apenas.

Em levantamento aos programas registrados junto ao portal do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelos candidatos Humberto Amaducci (PT), em 21 folhas; João Alfredo (Psol), em 16 folhas; Odilon de Oliveira (PDT), em 31 folhas; Junior Mochi (MDB), em 9 páginas; Marcelo Bluma (PV), em 17 folhas; e Reinaldo Azambuja (PSDB), em 26 páginas, o Aquário simplesmente não existe.
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