As mulheres que contraem herpes genital nos primeiros meses de gravidez têm o dobro de chances de dar à luz um bebê autista, informou nesta quarta-feira (23) uma equipe de pesquisadores noruegueses e americanos.
Um estudo publicado na revista "mSphere" é o primeiro a demonstrar que a resposta imunológica de uma mulher pode ter efeitos nocivos no cérebro do feto em desenvolvimento e influenciar a probabilidade de que a criança tenha autismo.
"Acreditamos que a resposta imunológica da mãe ao vírus da herpes HSV-2 poderia afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, aumentando o risco de autismo", explicou Milada Mahic, cientista do Centro de Infecção e Imunidade da Universidade de Columbia em Nova York, autora principal deste estudo.
O estudo avaliou amostras de sangue de 412 mães de filhos diagnosticados com autismo e de 463 mães de filhos sem autismo. As amostras foram coletadas na 18ª semana de gravidez e durante o parto.
As causas do Transtorno do Espectro Autista permanecem mal compreendidas, e os cientistas acreditam que a condição tem origem em alguma combinação de influências genéticas e ambientais.
Os pesquisadores acreditam que o risco de autismo nas crianças não está diretamente ligado à infecção do feto, porque neste caso poderia ser fatal.
Eles consideram que o risco está vinculado a uma reação do organismo da mãe ou a uma reativação da infecção somada a uma inflamação perto do útero.