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Saúde

Mandetta diz que se não houver mudança de hábito, saúde entra em colapso por corona

15 março 2020 - 11h18

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse neste sábado (14), em Campo Grande, que as rodas de tereré e de chimarrão podem ser mais graves para a transmissão do novo Coronavírus (Covid-19) do que estar em locais fechados onde esteve uma pessoa contaminada.

Ao se referir ao caso da estudante Thayany Silva, que esteve em festa de formatura na casa noturna Valley, em Campo Grande, na noite de quarta-feira (11) e depois ter recebido, neste sábado, o diagnóstico da doença, o ministro destacou que apenas nesta tarde viu ao menos seis rodas de tereré.

“A gente está falando para não passar coisa de boca em boca, hoje em Campo Grande eu vi pelo menos umas seis rodas de tereré. Talvez o tereré seja muito mais grave do que o cara ter ficado dentro da boate”, destacou o ministro ao CorreiodoEstado.

Mandetta alertou que devem ser evitadas aglomerações e aqueles que estavam no mesmo local não precisam procurar imediatamente uma unidade de saúde, mas ficar atentos a sintomas e evitar contato.

“Assim que começam as coisas, as pessoas se aglomeram. Os jovens não têm muita consequência nessa época da vida, eles vão a boates e é um ambiente fechado e aglomerado. As pessoas ficam, beijam um, dois, três. E as vezes esses locais podem ser locais que alimentam (a transmissão do vírus). Campo Grande pode ter 4, 8, 10, 15 casos e agora o indivíduo que estava lá dentro tem que sair correndo? Não, ele deve saber que estava no ambiente. Evitar contato. O problema é que as pessoas além de não se protegerem e irem para boate, se aglomeraram, tomam tereré”.

Outro ponto que o ministro destacou é o narguilé, também comum em grupos de jovens. “Parem, nada que seja compartilhado. Narguilé é um veneno, além de fazer mal para o pulmão, compartilhar o bico daquilo é pagar para contaminar. Parar e largar mão, não deve ser usado”, sentenciou.

De acordo com Mandetta se não houver mudança de hábito pode ter um colapso na rede de saúde. Ele destaca que em muitos casos a doença será leve, mas há índices que preocupam. “E daqui a pouco se tiver epidemia não sabe mais se foi na farmácia, na boate, na fila do banco, simplesmente amanhece resfriado. Para 85% das pessoas será um resfriado que vai passar por ele muito bem, agora 15% vão ter complicação. O problema é que quanto mais as pessoas ficarem agrupadas, tocando boate, tocando festa, beijo, tereré, vida que segue, maior vai ser o período epidêmico. Maior vai ser a quantidade de pessoas que pegarão gripe ao mesmo tempo. E consequentemente um número grande de pessoas que vão ao hospital e consequentemente os hospitais não aguentam atender todo mundo ao mesmo tempo, e o sistema de saúde então entra em colapso”.