Um judeu esfaqueou nesta sexta-feira (9) quatro homens na cidade de Dimona, no sul de Israel, antes de ser detido, segundo a polícia. Não está claro se as vítimas são árabes israelenses ou palestinos, já que a terminologia utilizada pela polícia pode se referir a ambos. Enquanto isso em Gaza, seis palestinos foram mortos por soldados israelenses.
É o primeiro ataque com faca cometido por um judeu contra árabes israelenses ou palestinos desde o início, no sábado, de uma onda de agressões similares contra israelenses, de acordo com a France Presse.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou firmemente o ataque. "O primeiro-ministro condena firmemente o ataque contra árabes inocentes. A justiça perseguirá quem exercer a violência e violar a lei, seja qual for o lado em que esteja", segundo um comunicado publicado por seus serviços.
Faixa de Gaza
Seis palestinos foram mortos nesta sexta por disparos de soldados israelenses na Faixa de Gaza, na fronteira com Israel, de acordo com os serviços de segurança.
Os soldados dispararam na direção de Gaza através da fronteira depois que os palestinos chegaram perto demais dos limites israelenses, atirando pedras e empurrando pneus em chamas, disse uma porta-voz dos militares. Médicos de Gaza disseram além dos seis mortos há cerca de 50 pessoas feridas.
Dois deles, Ahmed al-Hirbaoui e Chadi Daoula, os dois com 20 anos, foram mortos quando os soldados responderam a um grupo de jovens palestinos que jogavam pedras contra eles.
Estes são os primeiros palestinos mortos na Faixa de Gaza desde o início da escalada de violência entre palestinos e israelenses em 1º de outubro.
Os protestos eram em solidariedade com palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada por Israel, onde as tensões têm aumentado nos últimos 10 dias de violência.
Afula
Em Afula, norte de Israel, uma mulher ficou ferida por disparos depois de tentar esfaquear um guarda de segurança na entrada da estação de ônibus da cidade.
O guarda disparou contra a agressora, ferindo-a com gravidade, informou a polícia, que não proporcionou informações sobre identidade da mulher.
Jerusalém
Em Jerusalém, um adolescente judeu de 16 anos sofreu um ataque com faca em uma rua próxima à grande artéria que separa os bairros judeus ortodoxos dos bairros palestinos. Um palestino de 18 anos foi detido por suspeita de ter feito o ataque, segundo a polícia israelense.
Um palestino foi morto após ferir levemente com uma faca um policial israelense nesta sexta perto de uma colônia israelense da Cisjordânia ocupada. Na tarde de quinta-feira (8), um palestino já havia esfaqueado um civil israelense, ferindo-o gravemente, perto desta mesma colônia, Kiryat Arba, a leste de Hebron.
Nova Intifada
A agitação é em grande parte resultante da revolta de muçulmanos com o acesso de judeus a um local sagrado reivindicado por ambas as religiões em Jerusalém, segundo a agência Reuters.
Em plena escalada de violência na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, os árabes israelenses, 17,5% da população de Israel, começaram nos últimos dias a protestar em favor dos palestinos.
Desde 3 de outubro ocorreram vários ataques com arma branca, principalmente por parte de jovens palestinos, com um saldo de dois mortos e 13 feridos israelenses ou judeus. Quatro dos criminosos foram abatidos.
O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou nesta sexta que a violência que atinge a Cisjordânia e Jerusalém Oriental é um anova Intifada, a exemplo da revolta palestina de 1987 e 2000.
"Pedimos para reforçar e intensificar a Intifada. É o único caminho que levará à libertação dos territórios ocupados", afirmou durante a oração muçulmana semana em Gaza.
