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Polícia

Pai e filho são indiciados por desvio milionário

05 fevereiro 2016 - 17h20Por Renan Nucci/Douranews

A Polícia Civil de Goiás indiciou seis pessoas envolvidas em grande esquema de desvio de biocombustível que partia do Mato Grosso do Sul. Entre elas estão o empresário Celso Araldi e o filho dele, Rodrigo Franco Araldi, campo-grandenses donos da empresa Fercamp. O primeiro é declarado foragido e o segundo, como teve a participação descoberta apenas no fim das investigações, responde em liberdade. Também da Capital, Paulo Kamita, 39, está preso. Os demais indiciados são três motoristas goianos.

Segundo o delegado Wellington Lemos,  responsável pelas investigações junto ao Gepatri (Grupo Especializado de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio de Goiás), Rodrigo auxiliava o pai na administração da empresa de transportes Fercamp e no gerenciamento dos caminhões que eram fornecidos para a empresa Lutran. Esta, por sua vez, era coordenada por Kamita, e executava diretamente o desvio de biodiesel de uma cooperativa na cidade de Rio Verde (GO). A suspeita é de que tenham furtado mais de R$ 100 milhões em óleo vegetal.

Quando a operação foi deflagrada, no dia 15 de janeiro, em Campo Grande, Celso, morador no bairro Cidade Jardim, conseguiu fugir, mas Kamita foi preso no Jardim Imá. “Celso é declarado foragido, pois contra ele já havia mandado de prisão em aberto.

Quanto ao filho, Rodrigo, como ainda não foi encontrado, não podemos apontá-lo tecnicamente como foragido, até porque enviamos pedido de prisão preventiva junto à Justiça, mas  ainda não houve decisão. Celso chegou a acionar um advogado, mas não disse se vai se apresentar”, explicou o delegado, lembrando que o inquérito foi relatado na semana passada.

Esquema

As investigações tiveram início em março do ano passado, quando dois motoristas foram flagrados em Rio Verde, tentando fraudar o peso de uma carga de óleo. Eles trabalhavam para as empresas de Paulo e Araldi. Durante a apreensão dos caminhões, foi descoberto que dentro do compartimento de carga haviam tanques falsos, por onde parte da carga era retirada. Depois, o tanque falso era preenchido com água e glicerina para repor o peso e, por fim, a carga era entregue ao destino final.

Somente nestes dois caminhões apreendidos o prejuízo foi de R$ 1,5 milhão. Conforme a polícia, se for considerado que o grupo agia há quatro anos, com cerca de 20 caminhões, é plausível sugerir que os danos patrimoniais ultrapassem os R$ 100 milhões. O terceiro motorista preso foi detido em Rio Verde, também durante a operação. 

Os tanques falsos eram feitos com engenharia de ponta e funcionavam por acionamento via controle remoto. Quando ligados, as válvulas pneumáticas do caminhão, com apoio do compressor de ar do veículo, abriam a porta do tanque para que ele recebesse combustível ou então para que desabastecesse. Isso era feito quase que diariamente.

Parte da carga vinha para a Capital e ficava em uma empresa de reciclagem de biodiesel gerenciada por Kamita, e o restante para a distribuidora de combustível de Celso que fica em Assis (SP).

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