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Política

Vereador fala em 'festa do chantilly' antes de perder mandato

27 maio 2015 - 19h58Por Redação Douranews

O vereador Gean Carlos Volpato (PMDB) fez várias acusações contra os colegas vereadores na sessão desta terça-feira (26) à noite, antes da votação na sessão de julgamento que determinou a cassação do mandato dele, também associados com o grupo que foi investigado pela Polícia Federal em Naviraí. Antes de perder o mandato, Volpato se declarou inocente e afirmou que não poderia ser associado a uma irmandade (palavra usada pela ex-vereadora Solange Melo, que também foi cassada) comandada por um vereador que era seu desafeto.

Gean disse que todos sempre souberam que ele e o ex-presidente da Câmara, Cícero dos Santos (o Cicinho do PT) não se entendiam. "Embora o Ministério Público me acuse eu não posso ser associoado criminalmente a uma pessoa da qual eu sempre brigava com ele, saímos nos tapas, e até queixa na delegacia contra ele eu registrei", relembra.

Segundo Gean, foi o assessor parlamentar Thiago Caliza (servidor ligado a Cicinho do PT) que em depoimento em delação premiada conformou a não ligação entre os dois ex-presidentes da Câmara. "Foi ele quem disse que o dinheiro é do Cicinho, não é do Gean", contou, conforme reportagem do jornal Sulnews. 

O dinheiro em questão são os R$ 20 mil que estavam junto a Thiago e a ex-namorada de Gean ("eu já tinha me separado dela e ao contrário do que disseram, eu não sou corno", ainda revelou o vereador cassado durante a sessão em que perdeu o mandato), que seria usado para pagar cabos eleitorais, "do Cicinho e do ex-deputado Biffi (Antônio Carlos Biffi - PT), obtidos junto ao Juares construtor, em Amambai”, como disse. O flagrante foi feito pela Polícia Federal, próximo ao Trevo das Araras, antes da eleição passada.

Volpato disse que a Polícia Federal nunca flagrou crime dele. "Estes crime que o relatório aponta não são meus. Este crime é do Cicinho", bradou. "Este relatório é vazio, não tem nada. Este relatório é uma injustiça", lamentou o ex-presidente da Câmara.

‘festa do chantilly’

Durante o tempo usado para se defender na sessão da Câmara, Gean Carlos Volpato aproveitou para desabafar. Não poupou os vereadores que votariam contra ele, fez alguns elogios destacados para Claudio César Paulino (Fi da Paiol - PTdoB), Luis Carlos Garcia (PSD), Márcio Albino (PMDB), Donizete Nogueira (PSDB) e Djalma Oliveira (Gil do Táxi - PMDB) mas os outros tiveram que escutar muito. E falou que apesar do vererador Deoclécio Zeni (PSDB) ter apresentado a denúncia que leva à cassação, ele continuará a ser muito considerado pela família Volpato. 

De cara, para o vereador Manoel Messias (PTdoB), disse que tem muitas dívidas mas que teria vergonha de dar um cheque sem fundo de R$ 30, e deixar ser reapresentado (dado em pagamento no bar do filho de Gean), disse que não deu tempo para investigar as diárias do então gerente de Meio Ambiente Luis Alberto Avila da Silva Júnior (agora vereador Júnior do PT) porque o pedido para averiguação (via requerimento) foi feito um pouco antes de ser desencadeada a Operação Atenas, que já resultou na perda de mandatos de outros cinco vereadores na cidade. 

Ao vereador Antônio Carlos Klein (PDT), por vários minutos rasgou elogios mas fez questão de dizer "joga sujo nos bastidores" e provocou risos na platéia, e reações diversas quando disse que ele (Gean), Klein e Gil do Táxi foram a um "puteiro". Depois, ao jornal Sulnews, disse que participaram de uma "festa do Chantily”, explicando o ritual de passar creme no corpo das moças, conforme a reportagem. 

Um vídeo seria apresentado na sessão, mas Gean mudou de ideia, aconselhado por advogados. Nas redes sociais, o assunto na noite se transformou em viral (muito destacado), e o vereador ainda confirmou que tinha um ‘grande defeito’: “Sou namorador e já cheguei a ter dez namoradas ao mesmo tempo, mas eu sou solteiro".

Quanto à farra das diárias em que teve o nome incluído, disse que "não é nada se comparado ao que está acontecendo na Câmara Municipal, onde cortaram os valores dos pagamentos em 50% e assim mesmo, assombram". Segundo Gean, "quando alguém julga os outros tem que dar exemplo e agora os valores chegariam tranquilamente a algo entre R$ 60 mil a R$ 90 mil, enquanto os valores individuais colocados pelo Marcus Douglas, de nenhum, chegaram a R$ 50 mil", comparou. 

Assim como o ex-vereador Marcos Douglas Miranda (PMN) fez ao encerrar a defesa, quando também perdeu o mandato, e relatou os valores recebidos em diárias, vereador por vereador, durante dez meses, agora Gean Volpato expõs os valores recebidos pelos atuais vereadores: Marcio Scarlassara (PSDC - R$ 16 mil); Luis Carlos Garcia (Bolacha - R$ 11.516), Manoel Messias (R$ 10.684 em dois meses); Josias de Carvalho (PT – R$ 9,8 mil em dois meses), Alexandre Reginato (PSDB - R$ 9,5 mil em três meses), Lusi Alberto Ávila da Silva Júnior (R$ 6.857), Djalma Oliveira (Gil do Táxi – R$ 6,4 mil em três meses), Benedito Missias (R$ 5,46 mil) Claudio César Paulino (R$ 4,93 mil em dois meses); Donizete Nogueira (R$ 4.623), Márcio Albino (R$ 3.511) e Deoclécio Zeni (R$ 614). 

O vereador decidiu se retirar antes de terminar a sessão, alegando que já sabia do resultado. "Estão defendendo os seus interesses, porque, quem não gosta do poder?. Sim, é gostoso. Quem não quer receber R$ 8 mil de salários, receber mais verbas indenizatórias e as diárias?", indagou.

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