Uma comissão de indígenas terenas se reuniu, quinta-feira (8) passada, com o deputado estadual José Carlos Barbosinha (PSB), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, para requerer o parecer favorável da Comissão sobre a implantação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o genocídio indígena no Estado.
De acordo com dados do Estado nos últimos 12 anos, ao menos 585 indígenas cometeram suicídio e outros 390 foram assassinados em MS. O Estado tem 23 milhões de bovinos que ocupam aproximadamente, coincidentemente, também, 23 milhões de hectares de terra, isso quer dizer 1 hectare por animal. Enquanto isso, com a morosidade e a paralisação dos processos de demarcação, os cerca de 45 mil Guarani-Kaiowá continuam espremidos em apenas 30 mil hectares das terras tradicionais.
Segundo o deputo, se a CPI estiver dentro das normativas da Casa de Leis não há porque não aprovar essa criação. "Se a Comissão estiver dentro do que se exige, com um objeto claro de investigação, não há o porque a CCJ não aprovar, vamos nos reunir nesta quarta-feira e me comprometo a analisar e dar o parecer favorável se estiver tudo dentro da legislação", afirma.
A CPI do Genocídio foi apresentada pela bancada do Partido dos Trabalhadores, na sessão de quarta-feira (7) e obteve nove assinaturas dos parlamentares da Casa de Leis; para se abrir uma CPI são necessárias oito assinaturas.
