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Economia

Indústria perde 17,3 bilhões de reais com importações

10 janeiro 2011 - 13h33Por Redação Douranews/ com Veja Noticias

Pressionada pelas importações, a indústria brasileira de transformação perdeu 17,3 bilhões de reais de produção e deixou de gerar 46.000 postos de trabalho em apenas nove meses de 2010. A informação é de um estudo inédito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que mediu o impacto que o processo de perda relativa do setor na formação do Produto Interno Bruto (PIB) apresenta na economia brasileira.

Em dois anos, o chamado coeficiente de importação, que mede o porcentual da demanda interna suprido por produtos vindos do exterior, subiu quase dois pontos. Passou de 19,6%, no acumulado de janeiro a setembro de 2008 (pré-crise), para 21,2%, no mesmo período de 2010. Se o setor não tivesse perdido participação para os produtos estrangeiros, as importações do setor cairiam de 232,4 bilhões de reais para 215,1 bilhões de reais, segundo a Fiesp.

Ao mesmo tempo, a produção doméstica subiria de 1,055 trilhão de reais para 1,072 trilhão de reais. Esse crescimento da produção, de 1,6%, produziria aumento de 0,58% do emprego industrial. "O país não pode se dar ao luxo de abrir mão de sua indústria na sua estratégia de desenvolvimento", afirma o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No fim dos anos 1980, a indústria de transformação representava 27% do PIB brasileiro. Hoje, baixou para 16%, calcula a Fiesp.

Alternativas - A moeda brasileira bem cotada e o elevado custo de produção no Brasil têm levado as empresas a tomarem decisões radicais para tentar garantir parcelas de mercado frente ao aumento da competição dos importados. Algumas passam a transferir parte da produção para outros países ou até a fechar unidades no Brasil. Um exemplo: a Vulcabras Azaleia decidiu montar uma fábrica de calçados no Oriente, possivelmente na Índia.

Sem condições de igualdade para disputar mercado no exterior, a empresa pretende exportar produtos feitos no Oriente para países da América Latina, como México, Colômbia, Chile e Peru - e até para o Brasil. Para isso, a empresa vai usar o dinheiro que arrecadar com uma oferta pública primária de ações, cujo montante não foi revelado. Os recursos também poderão ser usados em aquisições estratégicas, informa a empresa.

Demissões - No mês passado, a Philips fechou a fábrica de lâmpadas automotivas que mantinha havia 43 anos no Recife e passou a abastecer o mercado trazendo produtos importados de suas unidades na Ásia e na Europa. Em nota, a empresa alega que o alto custo de produção no país tira competitividade do produto. A decisão custou a demissão de cerca de 500 trabalhadores.

Maior fabricante mundial de laminados de alumínio, a americana Novelis fechou sua fábrica em Aratu, região metropolitana de Salvador. Com a medida, 500 pessoas perderam o emprego às vésperas do Natal. Segundo a Novelis, os responsáveis são o câmbio valorizado e o alto custo da energia elétrica, que representa 35% do custo do produto acabado e que subiu 51% em seis meses.