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Economia

Metade dos desempregados do país é da baixa renda

10 fevereiro 2011 - 22h01Por Redação Douranews, com R7

Pouco mais da metade dos desempregados do país era de famílias de baixa renda em 2010. Uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgada nesta quinta-feira (10) mostrou que a melhora da economia e da renda do trabalhador brasileiro não foi capaz de diminuir a desigualdade nos últimos cinco anos, e, pelo contrário, aumentou o abismo entre ricos e pobres.

O Ipea mostra, porém, que houve boas notícias de lá para cá: entre dezembro de 2005 e dezembro de 2010, o número de desempregados caiu 31,4% (de 1,8 milhão para 1,2 milhão) e o de ocupados cresceu 12,7%; o rendimento médio real dos ocupados aumentou 17,8% (descontando a inflação); o valor real do salário mínimo nacional cresceu 33,2%; o PIB per capita (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país, divididas entre seus habitantes) aumentou 12,4%.

Em 2005, por exemplo, o salário mínimo em vigor era de R$ 300. Em 2010, ele terminou o ano em R$ 510.

- Na segunda metade dos anos 2000, o Brasil registrou avanços socioeconômicos importantes, com queda nas taxas de pobreza, desigualdade e desemprego. Apesar disso, o país ainda registra situações de desigualdades inaceitáveis, como as observadas entre os desempregados com maior e menor rendimento.

O estudo mostrou que, no grupo de trabalhadores de menor renda, o desemprego não caiu desde 2005. Entre a fatia dos 10% com os menores salários do país, o desemprego atingia 1 em cada 3 (33,3%) em 2010. Cinco anos antes, essa porcentagem era de 23,1%. Entre os 10% com os maiores ganhos, o desemprego passou de 2,1% para 0,9% no mesmo período.

Em 2005, a taxa de desemprego dos mais pobres em relação à dos ricos era 11 vezes maior. Cinco anos depois, essa diferença passou para 37 vezes.

Os responsáveis pelo estudo disseram que a pobreza está cada vez mais relacionada ao desemprego e não à má remuneração. Segundo o estudo, é necessário avançar em políticas públicas capazes de reduzir as desigualdades sociais produzidas pelas diferenças de rendimento.

Em relação ao tempo de demora para encontrar serviço, a melhora na economia fez com que os desempregados mais pobres arranjassem emprego mais rapidamente do que os ricos.

Em dezembro de 2010, o tempo médio de procura por trabalho para o desempregado entre os que ganham menos foi de 248,3 dias, enquanto em dezembro de 2005 era de 341,4 dias. Já entre os que ganham mais, o tempo de procura subiu de 277 para 320,6 dias, em média.

A pesquisa levou em conta os dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para analisar a redução do desemprego no país desde 2005. A PME leva em conta o mercado de trabalho das regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife.