O senador Pedro Chaves (PSC-MS), eleito relator da MP (medida provisória) 746/2016, que trata da reforma do ensino médio na comissão mista do Senado Federal, se reuniu com representantes da direção da Fetems (a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) e da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), na manhã desta segunda-feira (14), no escritório dele, em Campo Grande.
De acordo com o presidente da Fetems, Roberto Magno Botareli, a entidade entregou um ofício elencando os motivos pelos quais é contra a reforma do ensino médico construída dessa maneira. “A reforma possui um vício incansável de origem, que é a ausência de debate social em torno de suas propostas, muitas das quais inéditas no cenário nacional. Essa MP tem inúmeros problemas, além de sequestrar o debate parlamentar sobre a reforma do ensino médio que vinha sendo feito através do PL 6.840/13”, afirma.
O presidente disse ainda que, como o senador Pedro Chaves é de Mato Grosso do Sul, não haveria como a Fetems não dialogar e deixar claro seu posicionamento. “Solicitamos ao senador que atue junto ao governo Temer para que reabra o diálogo e faça um debate efetivo sobre o assunto, como estava sendo feito. Se essa reforma prosseguir, o Brasil está prestes a consagrar uma segregação socioeducacional, confinando a educação dos filhos da classe trabalhadora à educação profissional restritiva de conhecimentos”, afirma.
Já a vice-presidente da Fetems, Sueli Veiga Melo, afirmou que não há base teórica para se retirar filosofia, sociologia, artes e educação física do currículo do ensino médio. “Todas são disciplinas importantes para a formação pessoal e cidadã dos estudantes, e o correto é mantê-las na parte geral de conhecimentos, podendo algumas serem aprofundadas em áreas específicas”, disse.
Além disso, Sueli Veiga ressaltou que a reforma também não dialoga com o ensino superior. “Ao invés de garantir acesso aos cursos tecnológicos e universitários, a MP sugere ao estudante cursar mais de uma área específica no ensino médio e isso quer dizer mão de obra barata para o mercado, porque os jovens não serão incentivados a cursar nenhuma universidade”, conclui.
Em sua fala aos dirigentes, o senador Pedro Chaves afirmou que, como relator, terá a responsabilidade de escutar os diversos segmentos. No final desta semana, na sexta-feira (18), às 13h30, o senador estará promovendo na Assembleia Legislativa de MS, em parceria com o deputado presidente da Casa de Leis, Junior Mochi, uma audiência pública com o tema “Reforma do Ensino Médio – MP 746/2016” e concedeu as entidades dos professores 15 minutos de fala sobre o assunto.
A reunião desta segunda-feira contou também com a participação do assessor da CNTE, Eduardo Ferreira, que veio de Brasília para acompanhar o debate entre a Fetems e o senador, dando respaldo com o conteúdo dos debates que estão ocorrendo nacionalmente sobre o assunto.