Ele também foi considerado culpado de dois atos de indecência, incluindo uma acusação de uso da força e assédio sexual, contra três funcionárias do ministério do Turismo e mais tarde da Presidência, para a qual foi eleito em 2000. Katzav também foi declarado culpado de obstrução à Justiça. A pena de Katzav, que será anunciada em janeiro, pode variar de oito a 16 anos de prisão.
Katzav sempre declarou inocência, desde que foi indiciado em 19 de março de 2009. Dezenas de testemunhas foram ouvidas a portas fechadas desde então. O ex-presidente foi obrigado a entregar o passaporte e está proibido de deixar o país. "Katzav continuará declarando inocência em todas as instâncias possíveis" afirmou o advogado de defesa, Avigdor Feldman.
O ex-presidente pode apelar na Suprema Corte, mas segundo o especialista jurídico da rádio pública israelense, Moshe Negbi, as possibilidades de êxito nesta instância "seriam nulas".
Vestido com um terno cinza, Katzav ficou pálido e murmurou "não, não", ao ouvir o presidente do tribunal, George Kara, ler o veredicto. "Quem usou uma linguagem dupla foi o acusado, cujos supostos álibis foram reduzidos a pó", afirmou Kara.
"Nós acreditamos na demandante, pois seu depoimento estava respaldado com elementos de provas e ela disse a verdade", completou. "Quando ela rejeitou as insinuações (de Katzav), o acusado começou a assediá-la e vingar-se. A jovem se defendeu, enquanto o acusado fazia uso da força e da violência no ministério do Turismo, mas também em um hotel de luxo", acrescentou o juiz. "O testemunho de Katzav estava repleto de mentiras", insistiu Kara.
Os advogados do ex-presidente chegaram a obter um acordo ratificado pela Suprema Corte para que ele fosse acusado de "assédio sexual", "atos indecentes" e "subordinação de testemunho", mas não de estupro.
Mas Katzav decidiu rejeitar o acordo e afirmou que era "vítima de um imundo complô e de um linchamento organizado". Esta decisão foi um "grande erro" da parte de Katzav, opinou o juiz.
O ex-presidente, judeu praticante de origem iraniana e pai de cinco filhos, renunciou à presidência de Israel em junho de 2007 em função das acusações.