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Disciplina, a mãe de todas as virtudes

13 julho 2018 - 13h26

Disciplina, substantivo feminino, que o dicionário nos traduz como sendo: “Obediência ao regulamento e aos superiores.” Um país que nos dá um incontestável exemplo de disciplina é o Japão com seu povo ordeiro, ativo e disciplinado. Cada um cuida da sua obrigação: a criança japonesa, estando na idade escolar — sem exceção — estará freqüentando uma escola; o adultos, cada um na sua função, trabalhando e produzindo; os idosos não constituem um estorvo, mas um patrimônio familiar, nunca são abandonados num Asilo. Os japoneses cuidam como obrigação normal dos seus genitores e cultuam, com elevado respeito, seus ancestrais, que os considera como parte da história; a história dos nipônicos.

Os japoneses têm consciência de que os idosos, incansáveis, dedicaram toda suas vidas à prole, com competência, disciplina, muito amor e resignação. Sempre fizeram tudo o que podiam, para que suas proles tivessem a chance de vencer.

No Japão, não há crianças vadiando sem rumo, porque o governo e os genitores dessas crianças sabem o que devem fazer e FAZEM, mantendo-as nas escolas, com o objetivo de formar cidadãos honestos, de boa índole, e úteis ao País. As crianças forjadas desde a primeira infância, em escolas — de verdade —, com aulas ministradas por professores — de verdade —, crescem entendendo, perfeitamente, sua função no seio social e já compromissadas com os interesses da Nação e do País.

O trabalho de cada uma dessas crianças, quando adultas — somados — enobrecem a Nação e engrandecem o País, tendo como primordial a disciplina. Mantém-se, os japoneses, longe dos desvios e dos maus costumes dos povos de má formação, que desprovidos dos recursos elementares da educação e sem qualificação para o trabalho honesto, embrenham-se em ações equivocadas para sobreviver. Envergonham a Nação a que pertencem e rebaixam o conceito do País que lhes serviu de berço, obrigando os governantes a construírem, cada vez mais, penitenciárias para compensar as Escolas que não edificaram e os professores que não receberam a devida atenção..

Uma pessoa que palmilha as trilhas da vida, subordinada aos parâmetros da disciplina, será sempre um bom exemplo de cidadão: operoso, honesto em todos os sentidos. Solidário com seus pares e, sobretudo, útil à Nação e ao País a que pertence, ao qual reconhece que deve sua formação e tudo faz para recompensá-lo com seu trabalho e lisura no desempenho da sua função, no seio social.

Onde não há disciplina, a despeito do preço que o indivíduo custa à sociedade para tornar-se um profissional útil, há os que seguem a malfadada trilha da corrupção, da hipocrisia e do vício — tríduo funesto que forja a insegurança social de quem trabalha honestamente. Nenhuma Nação do Mundo está livre desses filhos renegados, todavia a rigorosa disciplina, tradicionalmente imposta aos japoneses, desde tenra idade, quase que elimina os desvios dos seus cidadãos, e o resultado: um País feliz, desenvolvido, aquinhoado com todos os avanços tecnológicos, com um número reduzido de escroques e de penitenciárias.

Enquanto a disciplina e a responsabilidade norteiam os japoneses, verifica-se que mais acentuadamente entre os povos latinos, os desvios de conduta e o atraso que essas ações criminosas causam, principalmente, ao nosso desacreditado e saqueado Brasil, onde homens públicos com visões vesgas e canhotas, mansos e reincidentes, saqueiam sem remorsos o dinheiro público, destinado à SAUDE, à EDUCAÇÃO e a SEGURANÇA, produzindo um atraso social que corrói o País, empobrece a Nação e despoja a pobreza.

Alheios à função, nossos Congressistas amontoam-se diante das Mesas Diretoras, surdos aos pronunciamentos dos seus pares. Tratam com acinte no plenário do colegiado, os “acertos e ajustes” propiciados pela CORRUPÇÃO, mansa e reiterada, beneficiados que estão pela benevolência de leis obsoletas, que desarmam o Judiciário. Sugam os recursos do País com hipocrisia e isenção de remorso, afetando a SAÚDE, a EDUCAÇÃO e a SEGURANÇA. Pela falta de atendimento hospitalar e por inanição, morrem muitos brasileiros de todas as idades.

Nos países do segundo e terceiro mundo, tudo é diferente do que se vê no JAPÃO, nesses países cresce o número de pessoas abandonadas pela saúde pública; aumentam os analfabetos pela carência ou má qualidade do ensino e, no que tange à segurança — é cada um por si —, e juntos, todos ficam encerrados em suas casas acuados e apavorados, com a audácia e a ousadia dos bandidos.

* O autor é membro da Academia Douradense de Letras
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