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Polícia

PRF que matou empresário mentiu à polícia, afirma delegado em depoimento

12 abril 2017 - 11h49Por Bárbara Cavalcanti/CE

Delegado de Polícia Civil, Enilton Pires Zalla, afirmou que o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 46 anos, acusado de matar o empresário Adriano Correia do Nascimento após briga de trânsito, mentiu para a polícia ao dizer que estava fardado no momento do crime, quando imagens gravadas mostram que ele estava apenas com a calça do uniforme. Delegado e peritos prestaram depoimento hoje, na 2ª audiência sobre o caso, realizada na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Acusado e testemunhas de defesa serão ouvidos amanhã.

Peritos e delegados foram chamados a depor por suspeita de fraude processual, depois que dois flambadores foram encontrados na caminhonete da vítima dias depois da realização de perícia. Sobre o caso, tanto a autoridade policial quanto os peritos afirmaram que os maçaricos não estavam no veículo e teriam sido plantados posteriormente.

Em depoimento, Zalla, que era plantonista no dia e foi o primeiro delegado que atendeu a ocorrência no local, disse que ao chegar no local do crime, na avenida Ernesto Geisel, o policial não estava.

Testemunhas ouvidas na época afirmaram que Moon não estava de farda e não teria se identificado como policial. Posteriormente, ele se apresentou na Delegacia de Polícia Civil, já com o uniforme.

Zalla disse que questionou o policial, perguntando se ele estaria fardado quando abordou a vítima e foi informado por ele que sim, o que segundo o delegado, tratava-se de mentira.

“Testemunhas me relataram que ele [Moon] não estava vestido de policial. Quando encontrei ele mais tarde, ele estava de farda. Perguntei se ele estava uniformizado e ele me disse sim, eu perguntei, 'você tem certeza?', ele reafirmou que sim”, disse o delegado em depoimento.

Flambadores

Quanto aos flambadores encontrados no veículo, delegado afirmou que verificou o interior do veículo e não foram encontrados os materiais. Zalla disse ainda que filmou e tirou fotos do local para inteirar o próximo delegado que assumiria o caso, João Eduardo Davanço.

Depois, delegado solicitou que perícia completa fosse feita na caminhonete, que segundo ele, teria “todas as respostas”. Em nenhuma das perícias realizadas, o objeto foi localizado.

“Eu encontrei munições a 200 metros de distância, eu não ia enxergar um objeto desse tamanho e vermelho?”, disse Zalla ao juiz, afirmando que encontrou cápsulas longe do local onde estava o automóvel.

Agentes de polícia cientifíca também afirmaram que não havia flambadores no carro e que, caso estivessem escondidos, objetos apareceriam com o impacto da batida ou seriam encontrados nas perícias realizadas.

Delegado finalizou afirmando que tinha convicção de que houve excesso na conduta do policial e que nos depoimentos prestados por Moon à polícia, ele afirmou que motivo dos disparos foi porque empresário teria jogado a caminhonete para cima dele. Versão de que confundiu objeto com arma foi levantada depois que flambadores fora encontrados.

Caso

O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, no dia 31 de dezembro do ano passado, depois de discussão no trânsito. Adriano foi atingido por cinco disparos, segundo a perícia. Ele sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito.

O crime aconteceu enquanto vítima e dois familiares retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.

Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes.

A assessoria da PRF em Mato Grosso do Sul afirmou que, na versão do policial preso em flagrante, ele teria tentado abordar a caminhonete Toyota Hilux conduzida por Adriano Correia, que teria desobedecido e avançado com o veículo na direção do agente. Diante da ocorrência, o policial, que dirigia uma Mitsubishi Pajero, teria perseguido a vítima e efetuado os disparos em seguida.

Policial foi indiciado pela Polícia Civil por cometer crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e por duas tentativas de homicídio.

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