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Opinião

DOURADOS, de todos os povos, de todas as cores

20 dezembro 2014 - 11h35Por Murilo Zauith

"Cheguei em Dourados, em meados da década de 70. Hoje, Cidadão Douradense e Sul-mato-grossense, com muita honra. Depois, foram chegando a Cecília, o Marcelo, a Mariana, Loren, Maitê... Já me intrigava o fato de depararmo-nos com pessoas que aqui também chegavam, de várias regiões do País, alguns até de fora do País (coreanos, libaneses, árabes, paraguaios, entre eles) e todos, aqui, igualmente se organizavam em comunidades.

Essa genética multifacetária passou, aos poucos, a dar forma e conteúdo a uma Dourados com aspecto de cidade indomável, insaciável até, visível, desde então, e com perceptível e indisfarçável vontade de, cada vez mais, se impor, de crescer e aparecer, de se desenvolver, reproduzir as várias gênesis aqui instaladas...

Assim, vi nascer e crescer formações nacionais com características dos imigrantes sulistas, nordestinos, nortistas, uma mistura forte de gente decidida, resoluta, a perseguir objetivos claros e definidos. E, com uma característica ainda mais particular: aqui, bem pertinho, praticamente integrados aos nosso cotidiano, nossos irmãos indígenas.

Ficava sempre imaginando... Como interagir nessa cidade com ares cosmopolita, enigmática, indomável como criança que está sempre buscando mais!

Essa diversidade genética, a multiplicidade de interesses, logo se manifestou no campo do trabalho e na economia, com reflexos muito fortes. A essa força motriz hoje se somam mais de 20 mil jovens, agregados aos familiares, compondo uma nação que desenha um quadro intelectualmente definido no caminho do futuro.

Aos formadores da massa pensante que acorrem às nossas universidades, que movem o crescimento das áreas de saúde, prestação de serviços e desenvolvimento sócio-econômico, nada passa despercebido. Por isso mesmo, a Dourados de hoje é capaz de continuar se descobrindo ao largo das turbulências econômicas, nacional e internacional.

Não, a crise financeira que ronda o mundo aqui não chegou!

Acabamos de sair de um processo eleitoral onde o prefeito até foi poupado! Para todos os candidatos, a saúde deixou de ser problema local e virou pauta nacional. Agora, porém, os problemas voltam a ser locais. O prefeito volta a ser o culpado.

Não é curioso tudo isso?

Entretanto, como já disse, essas coisas ocorrem porque fazemos parte de uma diversidade refletida no ajuntamento e na concupiscência de querer mais.

79 anos. Tudo é muito novo ainda. Num enfoque mais sociológico da nossa história, vemos que estamos no rumo certo. Não temos, obviamente, as tradições de uma Corumbá, por exemplo, com mais de 200 anos, mas, temos, sim, a genética douradense que ninguém tem.

É isso que produz essa raça bonita que desfila pelas nossas ruas e avenidas largas e arborizadas, é o cruzamento de povos, gerações, tradições que se confundem, o chimarrão ao amanhecer, misturado com o tereré, o bom café... mais de 200 mil pessoas que fazem a cidade cada dia mais forte.

Podemos, sim, nós podemos querer mais. Visualizamos São Paulo, Nova Iorque, o mercado asiático, a imigração, o vai-e-vem de gente querendo mais, e ousamos projetar a cidade múltipla do futuro.

Dourados é uma cidade onde não existe a palavra unanimidade. Felizmente. Está sempre em ebulição, na diversidade, rompendo com a adversidade. Nossos jovens de hoje produzem o pensamento do porte médio do desenvolvimento, agem e atuam diferentemente de quem chegou quando a pequena cidade não comportava nem 70 mil almas.

Então, nesse choque de multiplicidade, menos de 40 anos depois do tempo em que aqui cheguei, contemplo a Dourados dos 79 anos, criando a sua própria personalidade, se esculpindo a cada dia, crescendo econômica e culturalmente.

São essas gerações que se misturam e se reproduzem que estão ajudando a fazer a Dourados estruturada e com o melhor em termos de serviços públicos, para todos, indistintamente. Aqui estão as melhores oportunidades para quem busca qualidade de vida. E, se depender da minha disposição nesse cenário, a Dourados do futuro vai encontrar a todos com prosperidade.

A Dourados enigmática, intrigante, indomável, ganha formas e contornos de uma respeitável e jovem boa companhia para todos os povos, de todas as cores, de todas as gerações.

* O autor é prefeito de Dourados