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Opinião

Homem mau? Vítima da sinceridade

04 março 2021 - 01h58Por CLÓVIS DE OLIVEIRA

Nascido em Cáceres (no Mato Grosso), em 22 de abril de 1929, de origem árabe, o coronel Adib Massad, considerado um dos policiais militares mais respeitados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em mais de 31 anos de carreira, morreu no começo da noite desta quarta-feira (3) em Campo Grande, aos 91 anos de idade.

O escritor Guimarães Rocha, um dos fundadores da ASL, a Academia Sul-mato-grossense de Letras, e que também fez carreiras por terras douradas, imortalizou o personagem do coronel com a obra literária que fala sobre os bastidores da Segurança Pública e traz "causos" divertidos com a figura central. Criador do GOF (o Grupo de Operações de Fronteira), Adib Massad foi também o primeiro comandante do DOF, quando o grupamento foi elevado à condição de Departamento e incorporado à estrutura da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

"Quando dizemos: Adib é homem de caráter, fazemo-lo com o olhar e o dizer de quem olha e diz o percebido na aura simples da pessoa; se não tem malícia contumaz, também não é ingênuo", conclui o autor. Guimarães Rocha se diz admirado pelo policial que “conhece a maldade e sabe combatê-la, sem ser mau”.

Adib, ainda assim, com todos esses predicados, acabou ‘vítima’ de reportagem especial produzida pelo SBT quando mostrou, em rede nacional, algumas ‘práticas’ que seriam utilizadas no exercício da atividade de proteção às fronteiras. Depois, mais votado até então para vereador no Município, em 1996, com 2.830 votos, se disse “absolvido”. [Ele só seria superado em 2004 pelo servidor público estadual Sidlei Alves, que estreiou na política com 2.994 votos]. Agora, finalmente, torna-se uma figura sem pecados.

* É Editor de Conteúdo no DOURANEWS