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Opinião

Seria de bom grado que os envolvidos pedissem renúncia

07 setembro 2010 - 20h34Por Silva Júnior

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém” - 1 Corintios 6:12

Neste momento de crise política que vive o segundo município sul-mato-grossense, não se concebe outra postura a não ser de prudência e responsabilidade antes de qualquer posicionamento. No entanto, apesar do bom senso rezar a necessidade de agir com cautela em todas as circunstâncias da vida, não poderia deixar de fazer algumas ponderações.

Por exemplo, está claro o porquê da quase falência nas áreas esportiva e cultural desta urbe de quase duzentos mil habitantes, forte, robusta, rica e sólida, que anda com as próprias pernas, precisa ser tocada por alguém com visão futurista e empreendedora. Ora, aí está a resposta para falta de verba nesses segmentos imprescindíveis para formar cidadãos.

Como se mostrava, o rateio da gaita funcionava mais ou menos assim: joga um saco de tutu para o alto. Do montante, o que ficar em cima é do município e o que cair vai para o “rachide”, não tem teta que agüenta! A brincadeira vinha sendo praticada segundo o secretário de governo/comunicação por cerca de duas décadas.

A vaquinha modelo tem as tetas cheias, mas se o proprietário apertar o cerco o leite sai com sangue e apodrece em pouco tempo, não perdura. Outro aspecto positivo dessa falta de consideração para com a população diz respeito ao cuidado na procuração em branco que o eleitor/cidadão assina induzido por propostas mirabolantes, mas na realidade sem eficácia nenhuma. A grande maioria dos homens públicos não pode subestimar o entendimento do brasileiro.

Tem que haver responsabilidade. O sujeito depois de cair nas garras da justiça lamenta profundamente pedindo desculpa para a família, filhos, amigos, esconde o rosto da imprensa e afins. E é bom que peça desculpas mesmo!

Deus fala por meio do aposto Paulo em Romanos 3:10, não há um justo, nem um sequer. Nem por isso tem que viver no lodo. A reflexão exorta o homem a reconhecer sua pequenez e não tomar atitudes duvidosas, pois o resultado não aparece outro senão funesto.

Em artigo anterior expus assunto relevante acerca de como o ser humano se transforma ao ocupar posição de destaque no convívio social, cujo titulo era “quer conhecer um imbecil, dê-lhe poder”. No cômputo geral, muitas decepções ocorrem no cotidiano, e nem por isso deve tomar rumo contrário, pois a ganância leva para o fundo do poço, a soberba atrai para o abismo e a intolerância causa ferida que se não curada em tempo hábil promove destruição. A exposição negativa de Dourados neste início de setembro também pode marcar uma guinada decente em várias situações.

O homem é falho, mas nem por isso todos agem iguais, ou seja, tem muita gente de boa índole, produzindo algo positivo na construção de uma sociedade critica, sensata e produtiva. A população não pode pagar por grosserias praticadas no meio político local. É sabido o livre arbítrio de cada um.

Porém, seria de bom grado e menos traumático que os envolvidos nessa lambança tivessem a sensatez de encarar o povão e pedir renúncia dos cargos – prefeito, vereadores, secretários, assessores, dentre outros. Principalmente depois o eco “fora prefeito, vice-prefeito, vereadores, secretários e empresários corruptos” produzido em uníssono pelo povão no grito dos excluídos na Praça Antonio João nesta terça-feira, 7 de setembro.

*Jornalista – Formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran)

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